sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Patriarca Maronita teme pela segurança dos cristãos na Primavera Árabe


O chefe da Igreja Maronita do Líbano disse temer pelo destino dos cristãos no Oriente Médio se a Primavera Árabe trouxer "grupos radicais" ao poder para substituir os líderes autocráticos. O Patriarca Beshara al-Rai, falando em Bagdá durante a primeira visita de patriarca maronita ao país, exortou os cristãos a não deixarem o Oriente Médio.

"Eu apoio a primavera, quando se trata de uma primavera, e não quando se trata de um inverno", disse ele aos jornalistas. Durante sua visita, ele participou de uma cerimônia que marcou o primeiro aniversário de um ataque da Al Qaeda, que matou 52 pessoas em uma igreja de Bagdá. "Não deve haver mudanças em todos os países árabes. Ditaduras não podem sobreviver hoje, precisamos de democracia, liberdade de expressão e liberdade de crença e culto ... (Mas) eu temo que grupos radicais poderiam tomar o poder e (trazer) leis extremistas. "

Ele acrescentou: "Estamos com mudanças na Síria ... e com as reformas e os direitos humanos, mas esperamos que as consequências não sejam as mesmas que acontececeram no Iraque."
Centenas de milhares de cristãos iraquianos fugiram do país após anos de conflito sectário.

Os ataques a cristãos no Egito após os protestos que derrubaram Hosni Mubarak, também destacam os perigos que muitos cristãos na Síria temem que enfrentarão se o presidente Bashar Al Assad for deposto. Os líderes da Igreja na Síria dizem apoiar as reformas, mas não as exigências de uma "mudança de regime" que dizem que poderia fragmentar a Síria e dar o poder, possivelmente, a grupos islâmicos que lhes negam a liberdade religiosa.

Maronitas, que estão presentes no Líbano, Síria e Chipre, seguem um rito oriental da Igreja Católica Romana, chegando a cerca de 900.000 praticantes no Líbano. Muitos mais, possivelmente até três milhões, vivem fora do país. "Somos contra qualquer migração (Cristã)", disse Rai. "Sabemos que todos os extremistas, grupos terroristas e interferêcias estrangeiras tem esse objetivo, mas temos que permanecer firmes".

Os cristãos do Iraque, que antes eram 1,5 milhões em uma população de 30 milhões, tem sido frequentemente atacados por militantes desde a invasão americana de 2003, com igrejas bombardeadas e padres assasinados.

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