sábado, 31 de março de 2012

Ex-presidente Menem será julgado na Argentina

O ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999) deve responder à acusação de encobrimento na investigação do ataque ao centro judaico AMIA em 1994, que deixou 85 mortos e 300 feridos, disse na sexta-feira o Centro Informação Judicial (CIJ).

A promotoria acusa Menem de ter cometido o crime de "ocultação agravada" da "conexão local" do ataque, cujos autores materiais e intelectuais à justiça atribuí aos líderes iranianos, incluindo o ex-presidente Ali Rafsanjani (1989-1997), disse o comunicado.

A Justiça encontrou evidências de que os serviços estatais de inteligência e forças de segurança encobriram e apagaram pistas para cúmplices locais dos terroristas durante o governo Menem.

Via PatriaGrande

sexta-feira, 30 de março de 2012

Relatório aponta condições de trabalho desumanas na Foxconn

Excesso de horas de trabalho e má remuneração são comuns nas fábricas chinesas da maior fornecedora da Apple, aponta relatório. Empresas concordam em implementar série de melhorias.

A Apple e a sua maior fornecedora, a taiwanesa Foxconn Technology Group, acertaram uma série de mudanças nas condições de trabalho em fábricas chinesas da Foxconn, depois de uma investigação ter encontrado vários problemas nos locais. A decisão pode mudar a forma com que empresas ocidentais fazem negócios com os chineses.

A investigação, feita independentemente pela Fair Labor Association (FLA), durou um mês e detectou problemas nas condições de trabalho em três fábricas da Foxconn na cidade de Shenzhen, na China. A associação questionou 35 mil funcionários e encontrou múltiplas violações às leis trabalhistas chinesas, como excesso de horas trabalhadas, problemas com os pagamentos e riscos à saúde e à segurança.

Em alguns casos, funcionários chegam a trabalhar mais de 60 horas por semana. Também foram encontrados casos de pessoas trabalhando mais de sete dias seguidos, sem descanso.

Segundo a FLA, a Apple e a Foxconn concordaram com as mudanças propostas, que afetarão mais de 1,2 milhão de trabalhadores da linha de montagem de iPhones e iPads. A empresa norte-americana teria aceitado as melhorias para conter as críticas de que seus produtos são construídos em condições desumanas de trabalho.

A Foxconn se comprometeu a contratar milhares de novos trabalhadores, eliminar as horas excessivas de trabalho, desenvolver protocolos de segurança, entre outras medidas. A empresa taiwanesa prometeu reduzir a carga horária para o limite legal de 49 horas por semana até julho de 2013.

Mas, para a associação China Labor Watch, o relatório da FLA não conseguiu responder às preocupações primárias dos trabalhadores. "Até que a Apple divida uma parte maior da sua renda com as fábricas de suprimentos, os funcionários continuarão trabalhando contra o relógio e recebendo muito pouco", afirmou Li Qiang, diretor da China Labor Watch.

A mudança e as outras empresas do setor

O presidente da FLA, Auret van Heerden, espera que o acordo entre a Apple e a Foxconn, fornecedora de material para 50% do mercado consumidor de eletrônicos do mundo, tenha longo alcance. "Apple e Foxconn são obviamente as duas maiores companhias do setor. Desde que elas trabalhem juntos para realizar essas mudanças, isso pode realmente afetar outras empresas do ramo", disse.

A mudança pode afetar diversos contratos da empresa taiwanesa com outros clientes, como a Dell, a Hewlett-Packard, a Amazon, a Motorola, a Nokia e a Sony.

O acordo é um sinal de crescimento do poder de negociação dos trabalhadores chineses. "A Foxconn está propondo um acordo melhor. Os concorrentes serão obrigados a oferecer propostas similares para conseguir trabalhadores o suficiente", comentou Van Heerden. As condições de trabalho em várias fábricas chinesas são consideradas inferiores às encontradas na Foxconn, dizem especialistas.

Protestos globais contra a Apple começaram a aparecer depois que, em 2010, se espalhou a notícia de que suicídios aconteciam nas fábricas da Foxconn devido às más condições de trabalho de trabalhadores imigrantes, que muitas vezes vêm de províncias pobres para uma metrópole, como Shenzhen.

Há alguns meses, manifestantes foram a eventos da Apple, como o lançamento do novo iPad e do iPhone 4GS e o encontro anual de acionistas, segurando cartazes pedindo que a empresa avaliada em 500 bilhões de dólares faça aparelhos "éticos".

KR/rtr/dpa
Revisão: Alexandre Schossler

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