terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Marine Le Pen: União Europeia não tem direito sobre Ucrânia

Marine Le Pen, líder da Frente Nacional francesa, denunciou a aproximação da União Europeia à crise ucraniana como intervenção em assuntos internos de uma nação, que ela disse ser desnecessária a integração em primeiro lugar. Ela também descreveu como "estranho dizer que a menos" que a União exija que o governo legalmente eleito renuncie só porque algumas dezenas de milhares querem. A chefe do terceiro maior partido francês comparou a situação da Ucrânia com a da França quando mais de 1.5 milhões de protestantes tomaram as ruas para agir contra a decisão de Paris de permitir casamentos gays, e criticou Bruxelas de nunca duvidar da legitimidade de François Hollande.

Segue abaixo a entrevista feita pela Voz da Rússia:

Voz da Rússia: Durante a visita à Sevastopol no último verão, você falou sobre a integração da Ucrânia à União Europeia, cujo país você tem como amigo, mas acrescentou "amigos não são bem-vindos a um pesadelo". Mudou sua opinião?

Marine Le Pen: Não, claro que não. Primeiro, penso que não há argumento para a Ucrânia entrar para a União Europeia. Segundo, penso que não há motivo para a UE continuar sua expansão no momento em que está a beira da ruína e do colapso.

V.d.R.: Você segue os desenvolvimentos da Ucrânia?

M.L.P: Sim - mas só através da imprensa francesa que dificilmente é imparcial.

V.d.R: Qual sua avaliação do presidente Viktor Yanikovich?

M.L.P.: Não estou falando no papel de um administrador de assuntos internos de países soberanos. Mas o que me surpreende é que a União Europeia declarou o presidente ucraniano como ilegítimo, contando com a opinião de apenas alguns milhares de manifestantes. Acho ainda mais surpreendente que, se estou lembrada, um milhão e meio de franceses tomaram as ruas contra François Hollande um ano atrás, mas a União Europeia falhou em acusá-lo de ilegitimidade. Se há diferença entre parte da população ucraniana e o presidente, isso pode ser resolvido com eleições. Mas exigir a renúncia do presidente por causa das manifestações eu acho muito estranho. Houve manifestações em massa na França no último ano, mas nenhuma exigência foi feita [ao presidente Hollande].

V.d.R.: Você diz que considera não ter direito de julgar outros Estados em questões internas. No entanto, alguns líderes da Europa e dos EUA agora vêm a Kiev e publicamente advogam por independência. Você pensa que é interferência em assuntos internos de um Estado soberano?

M.L.P: Claro, e fiquei chocada quando Sr. Fabius, ministro das relações internacionais da França, tentou se encontrar com a oposição ucraniana. Vejo, no entanto, que cancelou seu encontro, mas ainda acho isso chocante. Não se deveria fazer uma coisa dessas. Ou isto significa que a lei internacional não existe mais?

V.d.R: O que você pensa sobre as últimas exigências de Kiev, que anunciaram que o acordo será assinado com a UE no caso da Ucrânia receber assistência financeira da Europa na soma de 20 bilhões de euros?

M.L.P: Eu não sei o nível de sinceridade desta proposta.

V.d.R: Mas não é a UE quem oferece à Ucrânia, é Yanukovich que está exigindo...

M.L.P.: Eu sei. Alguns analistas acreditam que o presidente Yanukovich formou suas exisgências para assegurar que a UE rejeitaria, com fim de demonstrar ao povo ucraniano que a assistência financeira esperada pela União Europeia é, na verdade, uma mentira. Então eu não sei qual foi a natureza desta exigência, se foi sincera ou uma jogada tática... eu não sei, não tenho informação o bastante sobre isso.

V.d.R: Na sua opinião, a União Europeia realmente aceita a Ucrânia? Apesar do fato do primeiro ministro britânico, David Cameron, alertar que ele não deixará irem ao Reino Unido para trabalhar bulgários e romenos que recentemente entraram para a UE, mesmo se isto viola os princípios da UE?

M.L.P.: A União Europeia hoje não está pronta para aceitar qualquer país. A União Europeia está quase arruinada e está experimentando os problemas mais severos com a entrada dos últimos países, Bulgária e Romênia. Qualquer nova "janela" para novos países apenas contribuirá para a aceleração do enfraquecimento da UE.

V.d.R.: Mas, por exemplo, a Polônia se uniu à UE 10 anos atrás, e 10 anos atrás o nível de desenvolvimento da Ucrânia e da Polônia eram o mesmo, ademais, o povo polonês veio à Ucrânia por dinheiro. Hoje, o nível de desenvolvimento da Polônia é incompatível com o da Ucrânia.

M.L.P.: O problema é que os "novos países" que tiveram o nível de desenvolvimento econômico diferente dos países "antigos" da UE receberam centenas de bilhões de euros de ajuda. Uma tal assistência dura por alguns anos. Mas então o pão branco é substituído pelo pão preto. Hoje a União Europeia não tem mais dinheiro. Não tem mais nível de prosperidade como dez anos atrás. Do que se segue que a esperança ucraniana em se juntar à UE e receber a ajuda que a Polônia recebeu é um erro.

V.d.R.: Qual, na sua opinião, é a melhor forma para a Ucrânia tratar esta situação?

M.L.P.: O melhor jeito de sair de qualquer crise política é as eleições. Pelo menos resolve o problema. Na minha opinião, se o processo de diplomacia entre a oposição e a maioria parlamentária não levar à saída da crise, é necessário reconhecer um referendo.

V.d.R.: É exatamente o que a oposição exige de Yanukovich - eleições.

M.L.P.: Isso é muito bom! Uma coisa é quando acontece dentro do quadro de acordos entre o governo atual e a oposição que decidiu organizar eleições, uma outra coisa é a UE exigir a eleição. A UE não tem nenhum direito de exigir nada.

V.d.R.: 'Forbes' reconheceu o presidente Vladimir Putin como "o homem mais poderoso do mundo" em 2013. O que você pensa de Vladimir Putin?

M.L.P.: Indubitavelmente, Vladimir Putin trouxe a Rússia de volta ao grupo de países que tem forte influência no mundo. E isso é novo. Penso que no momento da crise síria a Rússia de novo tomou um muito importante lugar no mundo da diplomacia, um lugar que a Rússia, talvez, perdeu no passado. Claro, em 2013 Vladimir Putin falou da arena política como uma personalidade bastante influente.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Irã detém espião do MI6 que executava ataques terroristas


Irã anunciou neste Sábado a detenção de um membro da agência de espionagem britânica, MI6. "Com a ajuda e poder de Deus, o espião foi preso depois de meses de complexos movimentos de inteligência", disse hoje o chefe da Corte Revolucionária de Kerman, Dadkhoda Salari.

Salari salientou que o espião detido teve "20 reuniões" com oficiais da inteligência britânica, tanto dentro como fora do Irã, provendo-os de informação necessária e recebendo instruções para danificar os interesses nacionais iranianos.

O governo do Irã revelou ainda o nome do agente do MI6, mas disse que lhe foi pedido coletar inteligência e atacar diversas áreas culturais, econômicas e políticas do regime. Indicando que o agente teve contato com "cinco oficiais da inteligência britânica", Salari informou a preparação de um julgamento enquanto o detido confessar seus crimes.

Em 2010, o ex-ministro do Interior iraniano, Mustafa Mohammad Najjar, salientou que as agências estadunidense, israelita e britânica de espionagem, tinham estado diretamente envolvidas em realizar ataques contra cientistas iranianos.

 "Com respeito a recentes movimentos terroristas, a participação do Mossad, da CIA e do MI6, pode se ver claramente", disse Najjar aos repórteres. "Neste mesmo sentido, temos detido um número de pessoas e estamos fazendo os seguimentos necessários para prender os principais cabeças por detrás destes atos terroristas", indicou.

No quinto ataque desta natureza nos últimos dois anos, uma bomba magnética foi aderida ao veículo do cientista iraniano de 32 anos, Mustafa Ahmadi Roshan Behdast, em janeiro de 2012. Seu condutor também foi assassinado.

Rosan Behdast foi o quinto cientista iraniano desde 2007. A explosão de janeiro de 2012 teve lugar no segundo aniversário do martírio do professor universitário e cientista nuclear iraniano, Massoud Ali Mohammadi, que foi assassinado por um ataque bomba em Teerã em janeiro de 2010.

O método de assassinato usado no bombardeiro foi similar aos ataques terroristas de 2010 contra o professor Fereidoun Abbasi Davani e seu colega Majid Shahriari. Enquanto que Abbasi Davani sobreviveu ao ataque, Shahriari faleceu. Outro cientista iraniano, Dariush Rezaeinejad, acabou morto com o mesmo modus operandi em 23 de julho de 2011.

Irã culpou reiteradamente a CIA, o MI6 e o Mossad israelita, pelos ataques terroristas que mataram seus cientistas.

Via Laverdadoculta

"Ponte entre Rússia e América Latina está funcionando"


As relações políticas e econômicas entre Rússia e América Latina em 2013 passaram a um nível superior com a afirmação de acordos específicos e o mútuo desejo de converter-se em verdadeiros sócios estratégicos.

Mostra desta vontade são as reuniões bilaterais que o presidente russo, Vladimir Putin, celebrou em setembro na cúpula do Grupo dos 20 (G-20) com seus homólogos da Argentina, Brasil e México.

Aliás, foram firmados vários acordos durante a visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e com o presidente da Bolívia, Evo Morales, que participou no Foro de Países Exportadores de Gás (em 1 e 2 de julho em Moscou).

Também foi frutífera a visita do presidente do Equador Rafael Correa, durante a qual se firmaram acordos por milhares de milhões de dólares.

Os especialistas destacam que todos estes acordos constituem uma base sólida para o desenvolvimento da cooperação entre Rússia e América Latina.

"Podemos destacar que a ponte que existe entre Rússia e os países latinoamericanos está funcionando", disse à RT a presidenta do Comitê russo de Cooperação com América Latina, Marina Vasílieva.

"É muito importante que apareça o que se chama diplomacia popular, que existe e segue desenvolvendo-se. Se desenvolvem os contatos entre universidades, empresas, centros turísticos e científicos, e há interesse mútuo neste sentido, não só interesse mútuo, mas vantagem mútua", destaca.

domingo, 15 de dezembro de 2013

660 indivíduos e 147 corporações controlam a economia mundial


Um estudo da Universidade de Zurique revelou que um pequeno grupo de 147 grandes corporações transnacionais, principalmente financeiras e extrativistas de minério, na prática controlam a economia global. O estudo foi o primeiro a analisar 43.060 corporações transnacionais e desvendar a teia de aranha da propriedade entre elas, conseguindo identificar 147 companhias que formam uma "super-entidade"

O pequeno grupo está estreitamente interconectado através dos conselhos administrativos corporativos e constitui uma rede de poder que poderia ser vulnerável ao colapso e propensa ao "risco sistêmico", segundo diversas opiniões. O Projeto Censurado da Universidade Sonoma State da Califórnia desclassificou esta notícia sepultada pelos meios de comunicação e seu ex-diretor Peter Phillips, professor de sociologia nesta universidade, ex-diretor do Projeto Censurado e atual presidente da Fundação Midia Freedom/Project Censored, a citou em seu trabalho "The Global 1%: Exposing the Transnational Ruling Class" (1%: exposição da classe dominante transnacional), firmado com Kimberly Soeiro e publicado em Projectcensored.org.

Os autores do estudo são Stefania Vitali, James B. Glattfelder e Stefano Battinson, investigadores da Universidade de Zurique (Suíça), que publicaram seu trabalho em 26 de outubro de 2011, sob o título "A Rede de Controle Corporativo Global" (The Network of Global Corporate Control) na revista científica PlosOne.org.


Na representação do estudo publicado em PlosOne, os autores escreveram: "A estrutura da rede de controle das empresas transnacionais afeta a competência do mercado mundial e a estabilidade financeira. Até agora, foram estudadas só pequenas mostras nacionais e não existia uma metodologia adequada para avaliar o controle a nível mundial. Se apresenta a primeira investigação da arquitetura da rede de propriedade internacional, junto com o cálculo da função mantida por cada jogador global".

"Descobrimos que as corporações transnacionais formam uma gigantesca estrutura como gravata borboleta e que uma grande parte dos fluxos de controle conduzem a um pequeno núcleo muito unido de instituições financeiras. Este núcleo pode ser visto como um bem econômico, uma "super-entidade" que planeja novas questões importantes, tanto para os investigadores como responsáveis políticos".

O jornal conservador britânico Daily Mail foi talvez o único do mundo que acolheu esta notícia, em 20 de outubro de 2011, apresentada por Rob Waugh sob o chamado titular "Existe uma "super-corporação que dirige a economia global? O estudo clama que poderia ser terrivelmente instável. A investigação descobriu que 147 empresas criaram uma "super-entidade" dentro do grupo, controlando 40% da riqueza".

Waugh explica que o estudo da Universidade de Zurique "prova" que um pequeno grupo de companhias - principalmente bancos - exerce um poder enorme sobre a economia global. O trabalho foi o primeiro a examinar um total de 43.060 corporações transnacionais, a teia de aranha da propriedade entre elas, e estabeleceu um "mapa" de 1.318 empresas como coração da economia global.

"O estudo encontrou que 147 empresas desenvolveram em seu interior uma "super-entidade", controladora de 40% de sua riqueza. Todos possuem parte ou totalidade de um e outro. A maioria são bancos - os 20 maiores, incluídos Barclays e Goldman Sachs. Mas a estreita relação significa que a rede poderia ser vulnerável ao colapso", escreveu Waugh.

Mapa-mundi da riqueza

O tamanho dos círculos representa os ingressos. Os círculos roxos são "corporações super-conectadas" enquanto os amarelos são "corporações muito conectadas". As 1.318 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia globalizada mostram suas conexões de propriedade parcial entre uns e outros, e o tamanho dos círculos corresponde aos ingressos. Através das empresas seus proprietários controlam a maior parte da economia "real" (Ilustração dos autores, PlosOne, 26/10/2012)

"De fato, menos de 1% das empresas foi capaz de controlar 40% de toda a rede", disse ao Dialy Mail James Glattfelder, teórico de sistemas complexos do Instituto Federal Suíço de Zurique, um dos três autores da investigação.

Algumas hipóteses do estudo foram criticadas, como a ideia de que propriedade equivale a controle. "Não obstante, os investigadores suiços não têm nenhum interesse pessoal: limitaram-se a aplicar na economia mundial modelos matemáticos utilizados habitualmente para modelas sistemas naturais, usando Orbis 2007, uma base de dados que contém 37 milhões de companhias e investidores", informou Waugh.

Economistas como John Driffil,, da Universidade de Londres, especialista em macroeconomia, disse à revista New Scientist que o valor do estudo não radicava em ver quem controla a economia global, mas mostra as estreitas conexões entre as maiores corporações do mundo. O colapso financeiro de 2008 mostrou que este tipo de rede estreitamente unida pode ser instável. "Se uma empresa sofre angústia, esta se propaga", disse Glattfelder.

Para Rob Waugh e para o Daily Mail um "porém": "Parece pouco provável que as 147 corporações no coração da economia mundial possam exercer um poder político real, pois representam muitos interesses", assegurou o jornal conservador britânico.

A riqueza global do mundo é estimada em torno de 200 bilhões de dólares, ou seja, duas centenas de milhões de milhões. Segundo Peter Phillips e Kimberly Soeiro, o 1% mais rico da população do planeta agrupa, aproximadamente, 40 milhões de adultos. Estas pessoas constituem o segmento mais rico dos primeiros níveis da população dos países mais desenvolvidos e, intermitentemente, em outras regiões.

Segundo o livro de David Rothkop "Super-classe: A elite do poder mundial e do mundo que está criando", a super elite abarcaria aproximadamente 0,0001% (1 milhonésimo) da população do mundo e compreenderia uns 6.000 a 7.000 pessoas, ainda que outros salientam 6.660. Entre esse grupo haveria de buscar os donos das 147 corporações que cita o estudo dos investigadores de Zurique.

O 1% GLOBAL: 660 INDIVÍDUOS E 147 CORPORAÇÕES CONTROLAM A ECONOMIA MUNDIAL

Desmascaramento da super classe dominante transnacional

Peter Phillips e Kimberly Soeiro*

Este estudo pergunta "quem são o 1% da elite do poder do mundo? e como operam em uníssono sobre os 99% restante para incrementar suas próprias ganâncias privadas?" Examinamos uma mostra do 1%: o setor mineiro, cujas corporações extraem material de setores comuns globais da Terra e utilizam mão de obra barata para acumular riqueza. O valor do material removido por estas grandes companhias petrolíferas, de gás e variadas organizações de extração de minerais, excede em longe o custo real de extração. Também examinamos o setor investidor do 1% global: corporações cuja atividade primária consiste em acumular e reinvestir capital.

Este setor inclui os bancos centrais, as maiores empresas de gestão de dinheiro para o investimento e outras corporações cujos esforços primários são a concentração e a reprodução do dinheiro, como companhias de seguros. Finalmente, analisamos como as redes globais da elite centralizada do poder - o 1%, suas companhias, e os diversos governos a seu serviço - planejam, manipulam e fazem cumprir políticas que beneficiam sua concentração contínua de riqueza e poder. Demonstramos como o império militar-industrial-midiático EUA/OTAN atua em serviço da classe corporativa transnacional na proteção do capital internacional no mundo.

O "Movimento Ocupa" desenvolveu uma marca, "o outro 99%", que resume a grande desigualdade de riqueza e poder entre o 1% mais rico do mundo e o resto de nós. Enquanto o mantra dos 99%, indubitavelmente, serve como ferramenta de motivação para envolver abertamente mais gente, explica muito pouco sobre quem integra o 1% e como mantêm seu poder no mundo. Ainda que boa porção da investigação acadêmica se ocupou da elite do poder nos EUA, só na metade da última década se investigou a emergência de uma classe corporativa transnacional[1].

A mais destacada entre as primeiras obras sobre a ideia de 1% interconectado dentro do capitalismo global foi o livro A Classe Capitalista Transnacional, de Leslie Sklair, 2001 [1]. Sklair acreditou que a globalização moveria as corporações transnacionais (CTN) em papéis internacionais mais amplos, que conduziriam os estados de origem das corporações a papéis menos importantes que os acordos internacionais desenvolvidos através da Organização Mundial do Comércio (OMC) e de outros organismos. O que emergia destas corporações era uma classe capitalista transnacional, cujos membros e interesses incrementariam cada vez mais seus alcances internacionais, enquanto todavia estavam enraizados em suas sociedades. Sklair escreveu:

"A classe capitalista transnacional se pode dividir analiticamente em quatro frações principais: (i) donos e reguladores das CNTs e seus afiliados locais; (ii) burocratas e políticos da globalização; (iii) profissionais da globalização; (iv) elites do consumismo (comerciantes e mídia)... por suposto, também é importante observar que a classe corporativa transnacional (CCT) e cada uma de suas frações, não sempre estão unidas totalmente diante de cada problema. Não obstante, em seu conjunto, as pessoas principais destes grupos constituem uma elite de poder mundial, uma classe dominante ou um círculo íntimo, no sentido em que estes termos são utilizados para caracterizar as estruturas de classes dominantes de países específicos" [3]

Estima-se que a riqueza do mundo total está em torno dos 200 bilhões de dólares, com EUA e Europa retendo, aproximadamente, 63%. Para estar entre a metade mais rica do mundo, um adulto necessita apenas de 4.000 dólares em ações resultadas de dívidas. Um adulto requer mais de 72 milhões para pertencer aos 10% superiores de proprietários globais de riqueza e mais de 588 milhões para ser membro do 1%. Em 2010, o 1% superior dos mais ricos do mundo tinha ocultado mais de 21 a 32 bilhões de dólares em contas bancárias secretas isentas de impostos por todo o mundo [4].

Enquanto isso, a metade mais pobre da população global conjunta possui menos de 2% da riqueza global [5]. O Banco Mundial divulgou em 2008 que 1,29 bilhões de pessoas viviam em extrema pobreza, com menos de 1,25 dólar por dia, e outros 1.200 milhões mais viviam com menos de 2 dólares por dia [6]. Starvation.net reportou que 35 mil pessoas, principalmente crianças pequenas, morrem de fome por dia no mundo todo [7].

O número de mortes desnecessárias excedeu os 300 milhões durante os últimos 40 anos. Os granjeiros de todo o planeta produzem mais que o suficiente de comida para alimentar adequadamente o mundo inteiro. A produção global de grãos de 2007 cresceu a 2,3 bilhões de toneladas, 4% mais que no ano anterior, mas cada dia um bilhão de pessoas passam fome. Grain.org descreve as razões básicas da fome atual no artigo "As corporações todavia estão fazendo uma matança por fome": enquanto os granjeiros produzem bastante comida para alimentar o mundo, os especuladores destes commodities e os grandes comerciantes de grão como Cargill controlam os preços e a distribuição global de alimentos [8].

Também é importante examinar como se cria riqueza e como se concentra. Historicamente, a riqueza foi capturada e concentrada por conquista por diversos grupos poderosos. Para um exemplo histórico basta só uma mirada na apropriação pela Espanha da riqueza dos impérios Asteca e Inca no começo do século XVI. A história dos impérios romano e britânico também mostra exemplos.

Uma vez adquirida, então a riqueza se pode utilizar para estabelecer meios de produção, tais como as antigas fábricas britânicas de algodão, que exploram a mão de obra para produzir mercadorias cujo valor de intercâmbio é superior ao custo do trabalho, um processo analisado por Karl Marx em O Capital [9].

O negócio organizado contrata trabalhadores que são pagos por baixo do valor de sua força de trabalho. O resultado é a criação do que Marx chamou mais-valia, um valor superior ao custo do trabalho. A criação da mais valia permite, a quem possui os meios de produção, concentrar mais capital.

Além disso, a concentração do capital acelera a exploração de recursos naturais por empresários privados, ainda que realmente estes recursos naturais sejam a herança comum de todos os seres vivos [10]. Neste artigo, perguntamos: quem são o 1% da elite do poder do mundo? E em que medida atuam em uníssono para suas próprias ganâncias privadas e benefícios a custo dos 99%?

Examinaremos uma mostra do 1%: o setor mineiro-extrativista, cujas corporações obtêm material tirado de campos comuns da terra e usam mão de obra barata para acumular riqueza. Se trata das corporações dedicadas a extrair petróleo, gás e outras companhias que extraem minerais. O valor do material retirado excede em longe o custo real da extração.

Também examinaremos o setor de investimento do 1%: corporações cuja atividade primária é amassar e reinvestir capital. Este setor inclui os bancos centrais, as maiores empresas de gestão de investimento monetário e outras corporações como as companhias de seguros que apontam à concentração e ampliação do dinheiro.

Finalmente, analisamos como as redes globais do poder centralizado - a elite do 1%, suas companhias e variados governos a seu serviço - planejam, manipulam e fazem cumprir políticas que beneficiam sua concentração contínua de riqueza e poder.

O setor extrator: o caso de Freeport-McMoRan (FCX).

Freepor-McMoRan (FCX) é o maior extrator mundial de cobre e ouro. A companhia controla depósitos enormes em Papua, Indonésia; também opera no Norte e na América do Sul e na África. Em 2010 vendeu 3,9 bilhões de libras de cobre, 1,9 milhões de onças de ouro e 67 milhões de libras de milbdeno. Em 2010 reportou ingressos de 18,9 bilhões de dólares e uma renda líquida de 4,2 bilhões [11].

A mina Grasberg de Papua Indonésia emprega 23.000 trabalhadores com salários abaixo de 3 dólares por hora. Em setembro de 2011 os trabalhadores foram às ruas por salários melhores e melhores condições de trabalho. Freeport tinha oferecido um aumento de 22% e os manifestantes disseram que não era suficiente, exigindo um padrão internacional de 17 a 43 dólares por hora. O conflito salarial atraiu os membros de uma tribo local, que tinham seus próprios problemas com respeito a direitos de terra e contaminação. Armados com lanças e flechas, se uniram aos trabalhadores que bloqueavam os caminhos de acesso à mina [12]. Durante a tentativa dos manifestantes de bloquear ônibus repletos de trabalhadores de substituição, as forças de segurança do Estado mataram e feriram vários manifestantes.

Freeport foi criticada por pagar às autoridades por segurança. Desde 1991, pagou quase 13 bilhões de dólares ao governo indonésio com uma tarifa de 1,5 de royalty sobre o ouro e o cobre extraído e, em consequência, tem em seus bolsos a polícia militar e regional indonésia. Em outubro de 2011, o diário Jakarta Globe divulgou que as forças de segurança indonésias de Papua Oeste, notavelmente a polícia, recebem generosos pagamentos diretos e sob o poder de Freeport-McMoRan. O Chefe Nacional da Polícia Timur Pradopo admitiu que os oficiais recebem em torno de 10 milhões de dólares anuais, que Pradopo descreveu como "dinheiro para o almoço". A proeminente organização não governamental indonésia Imparsia situou os pagamentos anuais diretos em 14 milhões de dólares [13].

estes pagamentos recordam inclusive os maiores desembolsos feitos pela Freeport às forças militares indonésias ao longo de dois anos, que quando foram revelados motivaram uma investigação da Comissão de Segurança e Intercâmbio dos EUA sobre a responsabilidade de Freeport sob a Lei sobre Práticas Estrangeiras Corruptas dos EUA.

Acrescentando, a polícia do Estado e o exército foram criticados muitas vezes pelas violações de direitos humanos na região montanhosa remota, onde um movimento separatista ferve a fogo lento por décadas. Anistia Internacional documentou numerosos casos em que a polícia indonésia utilizou força desnecessária contra manifestantes. Por exemplo, as forças de segurança atacaram uma concentração de massas em Jayapura, capital de Papua, e trabalhadores em manifestação na mina de Freeport. Pelo menos mataram 5 pessoas e muitas mais foram feridas em assaltos que mostram um padrão contínuo de violência pública contra dissidentes pacíficos. Outro ataque brutal e injustificado, ocorrido em 19 de outubro de 2011, contra mil de papuenses que exerciam seu direito a reunião e liberdade de expressão, causou a morte de pelo menos 3 civis de Papua, além de muitos, detenção de centenas e condenação de 6 por traição [14].

O Jakarta Globe divulgou em 7 de novembro de 2011 que "os trabalhadores em manifestação empregados por Copper e Gold, filial de Freepost-McMoRan em Papua, baixaram suas exisgências mínimas de aumento salarial de 7,50 a 4 dólares por hora, disse o Sindicato dos Trabalhadores Tudo-Indonésia (SPSI em inglês)" [15]. Virgo Solosa, funcionário do sindicato, disse a Jakarta Globe que consideraram "a melhor solução para todos" aceitar um salário por cima do mínimo de 1,5 dólares a hora.

Os trabalhadores da mina de cobre Cerro Verde, de Freeport no Perú, também foram à manifestação neste mesmo tempo, pondo de relevo a dimensão global da confrontação com Freeport. Os trabalhadores exigiram aumentos salariais de 11%, enquanto a companhia ofereceu apenas 3%.

A greve peruana terminou em 28 de novembro de 2011 [16] e em 14 de dezembro Freeport McMoRan anunciou um acordo na mina indonésia que estendia o contrato com o sindicato por dois anos. Os trabalhadores de Freeport continuam com salários baixos, que atualmente aumentam a tão pouco como 2 dólares por hora e subirão em 24% no primeiro ano do convênio coletivo e os 13% no segundo ano. O acordo também inclui melhoras em benefícios e uma bonificação por uma só vez equivalente a três meses de salários [17].

Em ambas greves em Freeport os governos exerceram pressão sobre os grevistas para uma solução que implicaram muito altos níveis nacionais e internacionais. Durante a greve de Freeport-McMoRan a administração Obama ignorou a notória violação de direitos humanos e, em seu lugar, fortaleceu os laços militares EUA-Indonésia. O secretário de Defesa dos EUA Leon Panetta que chegou a Indonésia no estouro imediato do ataque de Jayapura, não formulou nenhuma crítica ao assalto e reafirmou o apoio dos EUA à integridade territorial indonésia. Panetta também elogiou o manejo da Indonésia quanto a greve em Freeport-McMoRan[18].

O presidente Barack Obama visitou a Indonésia em novembro de 2011 para consolidar relações com Jakarta como parte da escalada de esforços de Washington orientada a combater a influência chinesa na região Ásia-Pacífico. Obama acabava de anunciar que os EUA e a Austrália começariam um manejamento rotatório de 2.500 infantes da marinha dos EUA em uma base em Darwin, um movimento ostentável de modernizar a presença dos EUA na região e de permitir participação no "treinamento comum" à contraparte militar australiana. Mas alguns especulam que EUA tem uma agenda oculta. O jornal tailandês "The Nation sugeriu que uma das razões seria oferecer garantias remotas de segurança, de longe e a duas horas de voo, ao ouro de propriedade da estadunidense Freeport McMoRan e a mina de cobre em Papua Oeste [19].

O fato de que os trabalhadores da mina de cobre da Sociedade Mineira Cerro Verde, de Freeport no Perú, também estiveram em greve ao mesmo tempo destaca a dimensão global da confrontação de Freeport. Os trabalhadores peruanos exigiam aumentos de 11%, enquanto Freepor oferecia apenas 3%. A greve foi levantada em 28 de novembro de 2011 [20]. Em ambas greves, os governos exerceram pressão para submeter os grevistas, não só com a presença de força militar e de polícia, mas também envolvendo altos níveis internacionais. O fato de que o Secretário de Defesa dos EUA mencionara uma greve nacional na Indonésia mostra que os problemas que afetam os benefícios do 1% corporativo internacional estão em jogo ao mais alto nível do poder.

A opinião pública da Indonésia está fortemente contra Freeport em 8 de agosto de 2011, Karishma Vaswani, da BBC, reportou que "a corporação mineira dos EUA Freeport-McMoRan foi acusada de tudo, desde contaminar o ambiente ao financiamento da repressão, em suas quatro décadas de operações na província indonésia de Papua...pergunta na rua a qualquer papuano o que pensa de Freeport e lhe dirá que a corporação é uma ladra, disse Nelels Tebay, um pastor de Papua e coordenador da rede da paz de Papua" [21].

Os grevistas de Freeport ganharam o apoio do Movimento Ocupa dos EUA. Ativistas do Occupy Phoenix e da Rede de Ação pelo Timor Leste marcharam contra os chefes de Freeport em Phoenix, em 28 de outubro de 2011, para manifestar contra as matanças da polícia indonésia na mina Grasberg de Freeport-McMoRan [22].

James R. Moffett, presidente da junta directiva de Freeport-McMoRan Copper e Gold, Inc. (FCX), possui mais de quatro milhões de ações de um valor próximo aos 42 dólares cada uma (total, 168 milhões de dólares). Segundo o informe na reunião anual de FCX lançada em junto de 2011, a remuneração anual de Moffett em 2010 foi de 30,57 milhões de dólares.

Richard C. Adkerson, presidente do conselho de FCX, possui mais de 5,3 milhões de ações (222,6 milhões de dólares). Sua remuneração total também foi de 30,57 milhões de dólares em 2010. As rendas de Moffett e Adkerson os colocam nos níveis superiores ao 1% do mundo. Sua interconexão com os níveis mais altos do poder na Casa Branca e no Pentágono se expressa na atenção específica que lhes presta a ambos o secretário de Defesa dos EUA e, como sugerem suas circunstâncias, a consciência do presidente dos EUA. Não tem dúvida que os executivos e o diretório de Freeport McMoRan estão firmemente posicionados nos níveis mais altos da classe corporativa transnacional.


Conselho administrativo de Freeport-McMoRan

Jamesa R. Moffet, afiliações políticas e corporativas: copresidente, presidente e chefe executivo (CEO, Chief Executive Officer) de McMoRan Exploration Co.; PT Freeport Indonesia; Madison Minerals Inc.; Horatio Alger Association of Distinguished Americans; Agrico, Inc.; Petro-Lewis Funds, Inc.; Bright Real Estate Services, LLC; PLC-ALPC, Inc.; FM Services Co.

Richard C. Adkerson, afiliações políticas e corporativas: Arthur Anderson Company; presidente de International Council on Mining and Metals; membro da junta directiva de International Copper Association, Business Council, Business Roundtable, Junta de Consejeros del Kissinger Institute, Madison Minerals Inc.

Robert Allison Jr., afiliações políticas: Anadarko Petroleum (11 bilhões de dólares de ingressos em 2010); Amoco Projection Company.Robert A. Day, afiliaciones corporativas: CEO de W.M. Keck Foundation (con activos de más de mil millones de dólares en 2010); abogado de Costa Mesa, California.

Robert A. Day, afiliações corporativas: CEO de W.M. Keck Foundation (com ações de miss de 1 bilhão de dólares em 2010); advogado de Costa Mesa, California.

Gerald J. Ford, afiliações políticas corporativas: Hilltop Holdings Inc, First Acceptance Corporation, Pacific Capital Bancorp (vendas anuais: 13 bilhões de dólares), Golden State Bancorp, FSB (Banco de Ahorros Federales que se fundiu com Citigroup en 2002), Rio Hondo Land & Cattle Company, Diamond Ford, Dallas (vendas: 200 milhões de dólares), Scientific Games Corp., SWS Group (vendas anuais: 422 milhões de dólares); American Residential Cmnts LLC.

● H. Devon Graham Jr, afiliaciones corporativas: R.E. Smith Interests (compañía de gestión de activos; renta: 670.000 dólares).
● Charles C. Krulak, afiliaciones corporativas y gubernamentales: presidente de la universidad Birmingham-South College; comandante del Cuerpo de Marina, 1995-1999; MBNA Corp., Union Pacific Corporation (ventas anuales: 17 mil millones de dólares), Phelps Dodge (adquirida por FCX en 2007).
● Bobby Lee Lackey, afiliaciones corporativas: CEO de McManusWyatt-Hidalgo Produce Marketing Co.
● Jon C. Madonna, afiliaciones corporativas: CEO de KPMG (servicios profesionales de auditoría, ventas anuales: 22,7 mil millones de dólares), AT&T (ingresos 2011: 122 mil millones de dólares), Tidewater Inc. (ingresos 2011: 1,4 mil millones de dólares).
● Dustan E. McCoy, afiliaciones corporativas: CEO de Brunswick Corp. (ingresos: 4,6 mil millones de dólares), Louisiana-Pacific Corp. (ingresos 2011: 1,7 mil millones de dólares).
● B.M. Rankin Jr., afiliaciones corporativas: vice presidente del directorio de FCX, cofundador de McMoRan Oil and Gas en 1969.
● Stephen Siéguele, afiliaciones corporativas: fundador/CEO de Advanced Delivery and Chemical Systems Inc., Advanced Technology Solutions, Flourine on Call Ltd.

BlackRock é uma das redes de poder mais concentradas do 1% global. Os membros da “décima oitava” (eightteen) da junta directiva estão conectados com uma parte significativa do coração do capital financeiro do mundo. Suas decisões podem mudar impérios, destruir moedas e empobrecer a milhões. Alguns dos maiores gigantes financeiros do mundo capitalista estão conectados entrelaçando suas conselhos administrativos em BlackRock, incluindo o Bank of America, Merrill Lynch, Goldman Sachs, PNC Bank, Barclays, Swiss Reinsurance Company, American International Group (AIG), UBS A.G., Arab Fund for Economic and Social Development, J.P. Morgan Chase & Co e Morgan Stanley.

Uma investigação da Universidade de Zurique de 2011, concluída por Stefania Vitali, James B. Glattfelder e Stefano Battiston no Instituto Federal Suíço, divulga que um pequeno número de corporações – principalmente bancos – manejam um enorme poder sobre a economia global [26]. Usando dados de Orbis 2007, uma base de dados que abarca 37 milhões de companhias e investidores, os investigadores suíços aplicaram à economia mundial modelos matemáticos usualmente empregados como modelos naturais.
O estudo foi o primeiro em observar 43.060 sociedades transnacionais e estudar a teia de aranha da propriedade entre elas. A investigação criou um “mapa” de 1.318 companhias do núcleo da economia global. O estudo concluiu que 147 corporações formam uma “super-entidade” dentro deste mapa, controlando 40% da riqueza. Os “top 25” entre as 147 companhias super-conectadas incluem as seguintes corporações:

1. Barclays PLC*
2. Capital Group Companies Inc.
3. FMR Corporation
4. AXA
5. State Street Corporation
6. J. P. Morgan Chase & Co.*
7. Legal & General Group PLC
8. Vanguard Group Inc.
9. UBS AG
10. Merrill Lynch & Co. Inc.*
11. Wellington Management Co. LLP
12. Deutsche Bank AG
13. Franklin Resources Inc.
14. Credit Suisse Group*
15. Walton Enterprises LLC
16. Bank of New York Mellon Corp
17. Natixis
18. Goldman Sachs Group Inc.*
19. T Rowe Price Group Inc.
20. Legg Mason Inc.
21. Morgan Stanley*
22. Mitsubishi UFJ Financial Group Inc.
23. Northern Trust Corporation
24. Société Générale
25. Bank of America Corporation*
(*Diretores de BlackRock)

Nitidamente, para nossos propósitos, os membros do conselho de BlackRock têm conexões diretas com pelo menos 7 das 25 corporações superiores que Vitali e outros identificaram como “super-entidade internacional”. O conselho administrativo de BlackRock tem vínculos diretos com 7 das 25 sociedades mais interconectadas do mundo. Dezoito membros do conselho de BlackRock controlam e influenciam dezenas de bilhões de dólares da riqueza em todo mundo e representam o núcleo das corporações super-conectadas do setor financeiro. Sob o corte transversal aparece uma amostra de figuras chaves e ativos corporativos da “super-entidade econômica global” identificada por Vitali e outros.

Outras figuras chaves e conexões corporativas ao interior dos níveis mais altos da “super-entidade econômica global”:

·         Um grupo privado de corporações de capitais com sede em Los Angeles controla 1 bilhão de dólares em ativos.

·         FMR, uma das maiores corporações de fundos mútuos do mundo, controla 1,5 bilhões de dólares em ativos e atende a mais de 20 milhões de clientes individuais e institucionais; seu presidente e CEO é Edward C. (Ned) Johnson III.

·         AXA controla 1,5 bolhões de dólares em ativos, atende a 101 milhões de clientes; CEO: Henri de Castries, também diretor da Nestlé (Suíça).

·         State Street Corporation, opera desde Boston e administra ativos de 1,9 bilhões de dólares; seus diretores incluem Joseph L. Hooley, CEO da State Street Corporation; Kennett F. Burnes, presidente jubilado e CEO da Cabot Corporation (faturamento em 2011: 3,1 bilhões de dólares).

·         JP Morgan/Chase (ativos 2011: 2,3 bilhões de dólares), conselho administratico: James A. Bell, vice-presidente (VP) executivo jubilado de The Boeing Company; Stephen B. Burke, CEO da NBC Universal e VP executivo da Comcast Corporation (TV por assinatura); David M. Cote, CEO da Honeywell International, Inc.; Timothy P. Flynn, presidente retirado de KPMG International; e Lee R. Raymond, CEO jubilado da Exxon Mobil Corporation.

·         Vanguard (ativos sob sua gestão em 2011: 1,6 bilhões de dólares), diretores: Emerson U. Fullwood, VP da sociedade de Xerox; JoAnn Heffernan Heisen, VP de Johnson & Johnson, Robert Wood Johnson Foundation; Mark Loughridge, CEO da IBM, Global Financing; Alfred M. Rankin Jr., CEO da NACCO Industries, Inc., National Association of Manufacturers, Goodrich Corp y presidente do Banco Reserva Federal de Cleveland.

·         UBS AG (ativos 2012: 620 bilhões de dólares), seus diretores incluem a Michel Demaré, membro do Conselho da Syngenta e IMD Foundation (Lausanne); David Sidwell, ex-CEO da Morgan Stanley.

·         Merrill Lynch (Bank of America), ativos en administrados em 2011: 2,3 bilhões de dólares. Seus diretores incluem: Brian T. Moynihan, CEO de Bank of America; Rosemary T. Berkery, diretora jurídica do Bank of America/Merrill Lynch (antes Merrill Lynch y Co., Inc.), membro de Coselho Consultivo Legal del New York Stock Exchange, diretora de Securities Industry and Financial Markets Association; Mark A. Ellman, director gerente de Credit Suisse, First Boston; Dick J. Barrett, co-fundador de Ellman Stoddard Capital Partners, MetLife, Citi Group, UBS, Carlyle Group, ImpreMedia, Verizon Communications (TV por assinatura e comunicacões), Commonwealth Scientific and Industrial Research Org, Fluor Corp, Wells Fargo, Goldman Sachs Group.


Os diretores dessas super corporações conectadas representam uma pequena porção do 1% global. A maioria das pessoas com ativos superiores a 588 mil dólares não são jogadores importantes das finanças internacionais. No melhor dos casos, utilizam as empresas de gestão de ativos para produzir retornos de se capital. Seu valor líquido envolve frequentemente ativos não financeiros, como propriedades imobiliárias e empresas.

Análise: CCT e o poder mundial

Como a Classe Corporativa Transnacional (CCT) mantém a concentração e o poder da riqueza no mundo? O 1% mais rico da população representa, aproximadamente, 40 milhões de adultos. Estas pessoas constituem o segmento mais rico das primeiras classes da população dos países mais desenvolvidos e, intermitentemente, de outros países.

A maior parte desses 1% desempenha trabalhos seguros ou trabalha em atividades associadas a instituições do establishment. Aproximadamente 10 milhões desses indivíduos têm ativos superior a 1 milhão de dólares e aproximadamente 100 mil possuem ativos financeiros maiores que 30 milhões de dólares.

Imediatamente abaixo do 1% do primeiro escalão estão aqueles que trabalham normalmente em corporações importantes, governos, negócios próprios e várias instituições pelo mundo. Este primeiro nível constitui aproximadamente de 30 a 40% de empregados no núcleo dos principais países desenvolvidos e cerca de 30% está na segunda classe das economias, enquanto os 20% mais abaixo correspondem às economias periféricas (conhecidas anteriormente por “terceiro mundo”). O segundo nível de trabalhadores globais representa o crescente exército de trabalho informal: operários de fábricas, trabalhadores das ruas e diaristas, cada vez com menos ajuda das organizações de governo e assistência social.

Estes trabalhadores, concentrados principalmente nas megalópoles, correspondem de 30 a 40% do pessoal em economias industrializadas centrais e outros 20% ao segundo nível e às economias periféricas. Isso deixa um terceiro nível de alcance mundial de gente indigente, no qual 30% são adultos de países centrais e as economias secundárias complementam com 50% de pessoas dos países periféricos, com oportunidades de renda extremamente limitadas, que lutam para sobreviver com alguns dólares por dia. Se trata de 2,5 bilhões de pessoas que vivem com menos de dois dólares por dia, dezenas de milhares morrem por dia por desnutrição e enfermidades facilmente curáveis, e que nunca usaram um telefone. [27]

Como se observa em nossa amostra do setor de mineração e de investimentos, as elites corporativas se interconectam através de vínculos diretos de conselhos administrativos das 70 maiores multinacionais, organizações políticas, grupos midiáticos e outras instituições acadêmicas ou sem fins lucrativos.

A amostra do setor de investimentos exibe vínculos financeiros muito mais poderosos do que a rede do setor extrativista. No entanto, ambos representam vastas redes de recursos concentrados nas diretorias ou conselhos administrativos de cada corporação. O corte da amostra de diretores e recursos das 8 corporações super-conectadas replica esse modelo de conexões corporativas em múltiplos conselhos administrativos, por exemplo, grupos ou partidos políticos, grandes meios de informação e governos, controlando assim extensos recursos globais. Esta engrenagem de relações se repete através de corporações top interconectadas com a classe corporativa transnacional, resultando em uma rede altamente conectada e poderosa de indivíduos que compartilham o interessa comum de preservar sua dominação de elite.

A investigação sociológica mostra que as diretorias entrelaçadas têm um potencial de facilitar a coesão política. Um sentido coletivo de “nós” emerge no interior dessas redes de poder, conseguindo que seus membros pensem e atuem em uníssono, não só para si mesmos e suas corporações individuais, mas com um maior sentido de propósitos “bons para a ordem”, por assim dizer. [28]

Nossa amostra de 30 companhias altamente conectadas ao interior das diretorias exerce influência sobre alguns dos mais poderosos grupos ou organismos que fixam políticas pelo mundo, como o Conselho Britânico-Americano de Negócios, Conselho de Negócios EUA-Japão, Business Roundtable, Business Council e Kissinger Institute. Influenciam 10 bilhões de dólares em recursos monetários e controlam a vida trabalhista de milhões de pessoas. Considerando tudo, são uma elite de poder por si mesmo, atuando em um mundo de redes de elites de poder, e se comportam como classe dirigente do mundo capitalista.

Além disso, essa elite global de 1% domina e controla as empresas de relações públicas e os meios corporativos globais, que protegem seus interesses servindo à superclasse como sua máquina de propaganda. Os meios corporativos proporcionam entretenimento às massas distorcem a realidade da desigualdade. As notícias corporativas são controladas pelo 1% para manter as ilusões de esperança e isentar a responsabilidade dos poderosos em tempos difíceis. [29]

Na amostra, 4 de 30 diretores das super corporações estão conectados diretamente com companhias de relações públicas e grandes meios. Thomas H. O’Brien e Ivan G. Seidenberg estão no conselho administrativo de Verizon Communications, onde Seidenberg é presidente. Verizon informou mais de 110 bilhões de dólares em receitas em 2011[30]. David H. Komansky e Linda Gosden Robinson estão na diretoria do Grupo WPP, que descreve a si mesmo como líder mundial em serviços de comunicações de marketing, com ganhos totais superiores a 65 bilhões de dólares em 2011. WPP é um conglomerado entre várias entre várias empresas de relações públicas e marketing do mundo, em áreas que incluem publicidade, controle de investimentos em mídia, percepção de consumidores, marca e identidade corporativa, comunicações – e propaganda – de atenção em saúde, promoção de marketing digital e de relacionamento. [31]

Mesmo na profundidade do 1% da elite rica está o que David Rothkopf chama de superclasse. Rothkopf, ex-diretor de Kissinger Associates e comissionado como subsecretário de comércio para políticas comerciais internacionais, em 2008 publicou seu livro “Superclasse: a elite do poder mundial e o mundo que está criando”[32]. Segundo Rothkopf, os superclasse constituem aproximadamente 0,0001% (milionésima) parte da população mundial e compreende entre 6 a 7 mil pessoas, ainda que alguns digam 6.660. São aqueles que assistem cada ano o Fórum Econômico Mundial de Davos, voam ou navegam em jatos privados e iates, incorporam capital monetário, entrelaçam megacorporações, desenham políticas para a elite do mundo em cima da pirâmide do poder mundial.

94% dessa superelite é do sexo masculino, predominantemente “branca”, e sobretudo vindos da América do Norte e Europa. Essas pessoas que definem as agendas na Comissão Trilateral, Grupo de Bilderberg, G-8, G-20, OTAN, Banco Mundial e OMC. Provenientes dos níveis mais altos do capital financeiro, corporações transnacionais, governos, militares, acadêmicos, ONGs, líderes espirituais e outras elites na sombra. As elites na sobra incluem, por exemplo, as políticas profundas de segurança nacional em conexão com os cartéis de droga, que anualmente extraem 8.000 toneladas de ópio em zonas de guerra dos EUA, depois dos lavadores de 500 bilhões de dólares que utilizam bancos transnacionais, metade deles estabelecidos nos Estados Unidos. [33]

Os multimilionários e o 1% global são similares aos donos de plantações coloniais. Sabem que são uma pequena minoria com extensos recursos e poder, mas igualmente devem se preocupar continuamente em evitar que as massas exploradas entrem em rebelião. Como resultado dessa insegurança de grupo, os superclasse trabalham duro para proteger essa estrutura de riqueza concentrada. A proteção do capital é a principal razão pela qual os países da OTAN explicam 85% dos gastos para a defesa do mundo, com os EUA gastando mais em militares do que o resto do mundo combinado [34]. O temor de rebeliões e outras formas de distúrbios motivam a agenda global da OTAN na guerra antiterrorista [35]. A declaração da cúpula da OTAN 2012 em Chicago diz:

"Como líderes da aliança estamos determinados a assegurar que a OTAN conserve e desenvolva suas capacidades necessárias para realizar sua tarefa essencial de defesa coletiva, gestão de crise e cooperação em segurança e, de tal modo, desempenhar um rol essencial em promover a segurança no mundo. Devemos resolver essa responsabilidade enquanto enfrentamos uma grave crise financeira e nos corresponde adentrarmos em desafios estratégicos. A OTAN permite que juntos conquistemos maior segurança do que se qualquer um pudesse atuar sozinho.

Confirmamos a importância de continuar um vínculo transatlântico forte e a solidariedade como Aliança, assim como o significado de compartilhar responsabilidades, papeis e riscos a fim de resolver juntos os desafios dos aliados norte-americanos e europeus (...) Com confiança fixamos a meta para as forças da OTAN 2020: frotas moderas e firmemente conectadas e equipadas, treinadas, exercitadas e comandadas de maneira que possam atuar juntas, como sócios, em qualquer ambiente". [36]

A OTAN está emergindo rapidamente como força policial da classe corporativa transnacional. Enquanto a CCT emergia mais decididamente a partir dos anos 80, a OTAN começava operações mais amplas, coincidindo com a queda da União Soviética (URSS). A OTAN primeiro se aventurou nos Bálcãs, onde continua presente, e logo se instalou no Afeganistão. A OTAN começou uma missão de treinamento no Iraque em 2005, recentemente conduziu operações na Líbia e, desde julho de 2012, considera uma operação militar na Síria. (N.d.T.: Até o presente momento Bashar al-Assad vem conquistando importantes vitórias para a soberania de seu país frente a miríade de chacais que rodeiam a Síria).

Está claro que os superclasse usam a OTAN para a sua segurança global. Isso é parte de uma estratégia de expansão da dominação militar dos EUA ao redor do mundo, enquanto o império militar-industrial-midiático EUA/OTAN atua a serviço da classe corporativa transnacional para a proteção do capital internacional em qualquer lugar do mundo [37].

Os sociólogos William Robinson e Jerry Harris anteciparam essa situação em 2000, quando descreveram "uma mudança no estado de bem-estar social ao estado de controle social (polícia) somado à expansão das forças de segurança pública e privada, o encarceiramento massivo de populações excluídas, novas formas de apartheid social e legislação anti-imigrante [38]. A teoria de Robinson e Harris previu exatamente a agenda da superclasse global de hoje, incluindo:

- Continuidade por parte de Obama da agenda do estado policial de seus antecessores, Bush pai, Clinton e Bush filho.

- Agenda de dominação global de longo alcance, que utiliza forças militares dos EUA/OTAN para desencorajar a resistência dos Estados e manter políticas internas de repressão, ao serviço da manutenção da ordem do sistema capitalista.

- A consolidação contínua do capital em todo o mundo, sem interferência dos governos nem de movimentos sociais [39].

Além disso, essa agenda levou ao empobrecimento posterior da metade mais pobre da população do mundo, e uma implacável queda em espiral dos salário para todo o mundo do segundo escalão, incluindo alguns do primeiro escalão [40]. Este é um mundo que faz frente às crises econômicas, onde a solução neo-liberal é gastar menos em necessidades humanas e mais em forças de segurança [41]. É um mundo das instituições financeiras comportando-se como alienadas, onde a resposta à quebra consiste em imprimir mais dinheiro mesiante facilitações quantitativas, com bilhões de novos dólares produzindo inflação.

Como diz Andrew Kollin em State, Power and Democracy "há uma dimensão orweliana na perspectiva do governo (primeiro de Bush depois de Obama), que escolheu ignorar a lei, e no lugar, criar decretos para legitimar ações ilegais, dando permissão a si mesmo para atuar sem intenção alguma de compartilhar o poder de acordo com a Constituição ou o direito internacional" [42].

E em Globalization and Demolition of Society, Dennis Loo escreve: "Ao final de contas a divisão fundamental da nossa sociedade é entre aqueles cujos interesses estão na dominação e seus planos de monopolizar a sociedade e os recursos do planeta e aqueles interessados na exploração desses recursos para o benefício de todos, não de alguns" [43].

O Movimento Occupy usa como conceito principal o slogan "o 1% versus os 99%" em suas manifestações, perturbações e desafios às praticas da classe corporativa transnacional, em cujo interior os superclasse globais constituem um elemento chave para levar adiante a agenda da superelite para a guerra permantente e o controle social total. Occupy é exatamente o que mais temem os superclasse, um movimento democrático global que denuncie a agenda do CCT e a continuidade do teatro das eleições de governo, onde os protagonistas apenas mudam de roupa mas continuam os mesmos. Enquanto Occupy mais se negue cooperar com a agenda dos CCT e mobilize mais ativistas, é mais provavel que o sistema inteiro de dominação caia de joelhos sob o poder popular de movimentos democráricos



1. Para um aprofundamento acadêmico sobre este tema é sugerido a leitura desses textos:
–C. Wright Mills, The Power Elite, New York, Oxford University Press, 1956;
–G. Willian Domhoff, Who Rules America, 6th edition, Boston, McGraw Hill Higher Education, 2009;
–William Carroll, The Making of a Transnational Capitalist Class, Zed Books, 2010.
2. Leslie Sklair, The Transnational Capitalist Class, Oxford, UK, Blackwell, 2001.
3. Leslie Sklair, “The Transnational Capitalist Class And The Discourse Of Globalization”, Cambridge Review of International Affairs, 2000, http://www.theglobalsite.ac.uk/press/012sklair.htm
4. Tax Havens: Super-rich hiding at least $21 trillion, BBC News, July 22, 2012, http://www.bbc.co.uk/news/business-18944097
5. Tyler Durgen, A Detailed Look At Global Wealth Distribution, 10/11/10, http://www.zerohedge.com/article/detailed-look-global-wealth-distribution.
6. “World Bank Sees Progress Against Extreme Poverty, But Flags Vulnerabilities”, World Bank, Press Release No. 2012/297/Dec., February 29, 2012, http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/NEWS/0,,contentMDK:23130032~pagePK:64257043~piPK:437376~theSitePK:4607,00.html.
7. Mark Ellis, The Three Top Sins of the Universe, http://www.starvation.net/
8. “Corporations are Still Making a Killing from Hunger”, April 2009, Grain, http://www.grain.org/article/entries/716-corporations-are-still-making-a-killing-from-hunger.
9. On the extraction of surplus-value from labor, see Karl Marx, Capital, Vol. 3 (New York and London: Penguin, 1991 [1894]).
10. See, e.g., Paul Burkett, Marx and Nature: A Red and Green Perspective (New York: St. Martins, 1999), Chapter 6; for additional information on the Fair Share of the Common Heritage see, http://www.fairsharecommonheritage.org/.
11. Freeport-McMoRan Copper and Gold, Notice of Annual Meeting of Stockholders, June 15, 2011, document April 28, 2001, http://www.ecocumentview.com/FCX_MTG.
12. “Freeport Indonesia Miners, Tribesmen Defend Road Blockades”, Reuters Africa, November 4, 2011, http://af.reuters.com/article/metalsNews/idAFL4E7M410020111104.
13. “Police Admit to Receiving Freeport ‘Lunch Money,’” Frank Arnaz, Jakarta Globe, October 28, 2011,http://www.thejakartaglobe.com/news/police-admit-to-receiving-freeport-lunch-money/474747
14. “Indonesia must investigate mine strike protest killing”, Amnesty International News, October 10, 2011, http://www.amnesty.org/en/news-and-updates/indonesia-must-investigate-mine-strike-protest-killing-2011-10-10; West Papua Report, November 2011, http://www.etan.org/issues/wpapua/2011/1111wpap.htm
15. Camelia Pasandaran, “Striking Freeport Employees Lower Wage Increase Demands”, Jakarta Globe, November 7, 2011, http://www.thejakartaglobe.com/business/striking-freeport-employees-lower-wage-increase-demands/476800.
16. Alex Emery, “Freeport Cerro Verde, Workers Sign Three-Year Labor Accord”, Bloomberg News, December 22, 2011, http://mobile.bloomberg.com/news/2011-12-22/freeport-cerro-verde-peru-workers-sign-three-year-labor-accord.
17. Eric Bellman and Tess Stynes, “Freeport-McMoRan Says Pact Ends Indonesia Strike”, Wall Street Journal, December 14, 2011, http://online.wsj.com/article/SB10001424052970203893404577098222935896112.html
18. John Pakage, “When there is no guarantee of the security of life for the people of Papau”, West Papua Media Alerts, March 1, 2012, http://westpapuamedia.info/tag/freeport-McMoRan/.
19. “Reasons to go the Darwin”, The Nation (Thailand), November 30, 2011, http://www.nationmultimedia.com/opinion/Reasons-to-go-to-Darwin-30170893.html
20. “Cerro Verde strike to be over by November 28 – Peru”, Business News Americas, November 24, 2011,http://www.bnamericas.com/news/mining/cerro-verde-strike-to-be-over-by-november-28
21. Karishma Vaswani, “US Firm Freeport Struggles to Escape Its Past in Papua”, BBC News, Jakarta,http://www.bbc.co.uk/news/world-asia-pacific-14417718
22. Phoenix Arizona, October 28, 2011, Youtube report: http://www.youtube.com/watch?v=CvJxy2GvOHE.
24. Data for this section is drawn for StreetInsider.com.
25. Data for the corporations listed in this section comes from the annual report at each corporation’s website. Biography information was gained from the FAX annual report to investors and online biographies for individuals whine available.
26. Stefania Vitali, James B. Glattfelder, and Stefano Battiston, “The Network of Global Corporate Control”, PLoS ONE, October 26, 2011, http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0025995.
27. Willian Robinson and Jerry Harris, “Towards a Global Ruling Class? Globalization and the Transnational Capitalist Class”, Science and Society 64, no. 1 (Spring 2000).
28. Val Burris, “Interlocking Directorates and Political Cohesion Among Corporate Elites”, American Journal of Sociology 3, no. 1 (July 2005).
29. Peter Phillips and Mickey Huff, “Truth Emergency: Inside the Military-Industrial Media Empire”, Censored 2010 (New York: Seven Stories Press, 2009), 197–220.
30. Verizon Financials 2012, http://www22.verizon.com/investor/ Hoovers describes Verizon as, “the #2 US telecom services provider overall after AT&T, but it holds the top spot in wireless services ahead of rival AT&T Mobility.” Hoovers Inc. http://www.hoovers.com/company/Verizon_Communications_Inc/rfrski-1.html.
32. David Rothkopf, SuperClass: the Global Power Elite and the World They are Making (New York: Farrar, Straus, and Giroux, 2008).
33. Peter Dale Scott, American War Machine, Deep Politics, the CIA Global Drug Connection, and the Road to Afghanistan (Lanham, MD: Rowman & Littlefield Publishers, 2010). See also Censored Story #22, “Wachovia Bank Laundered Money for Latin American Drug Cartels”, in Chapter 1.
34. David Rothkopf, Superclass, Public Address: Carnegie Endowment for International Peace, April 9, 2008.
36. NATO, Summit Declaration on Defence Capabilities: Toward NATO Forces 2020, May 20, 2012, http://www.nato.int/cps/en/SID-1CE3D0B6-393C986D/natolive/official_texts_87594.htm.
37. For an expanded analysis of the history of US “global dominance”, see Peter Phillips, Bridget Thornton and Celeste Vogler, “The Global Dominance Group: 9/11 Pre-Warnings & Election Irregularities in Context”, May 2, 2010, http://www.projectcensored.org/top-stories/articles/the-global-dominance-group/ and Peter Phillips, Bridget Thornton, and Lew Brown, “The Global Dominance Group and U.S. Corporate Media”, Censored 2007 (New York: Seven Stories, 2006), 307–333.
38. Willian Robinson and Jerry Harris, “Towards a Global Ruling Class? Globalization and the Transnational Capitalist Class”, Science and Society 64, no. 1 (Spring 2000).
39. John Pilger, The New Rulers of the World (New York: Verso, 2003).
40. Michel Chossudovsky and Andrew Gavin Marshall, eds., The Global Economic Crisis (Montréal: Global Research Publishers, 2010).
41. Dennis Loo, Globalization and the Demolition of Society (Glendale, CA: Larkmead Press, 2011).
42. Andrew Kolin, State Power and Democracy (New York: Palgrave MacMillan,c2011), 141.
43. Loo, Globalization, op cit., 357. Similar Posts: Exposing the One Percent: Freeport McMoRan Exploits Workers and the Environment The Global Dominance Group: 9/11 Pre-Warnings & Election Irregularities in Context Who are the Global One-Percent Ruling Class_on Project Censored Barack Obama Administration Continues US Military Global Dominante.