domingo, 29 de janeiro de 2012

60% dos romenos pensam que com Ceaucescu se vivia melhor

Depois de 22 anos da execução do ditador, existem nostálgicos que reivindicam sua figura. 60% da população assegura que se vivia melhor sob o comunismo desde o ponto de vista econômico, ainda que reconheça que isso influenciou negativamente no presente, segundo uma pesquisa do Instituto de Investigação dos Crimes do Comunismo (IICCMER), realizada em maio de 2011. "Se Nicolae Ceaucescu continuasse vivo e fosse candidato presidencial, teria muitas possibilidades de ganhar", acredita Mihai Burcea, investigador do instituto.


No Natal de 1989, um tribunal militar condenou a morte o ditador, em um julgamento que carecia de garantia jurídica. Seu regime, um dos mais cruéis e violentos da Europa Oriental, caiu e a Romênia entrou no complexo processo de transição para a democracia. O Cizmar (sapateiro, sua profissão) se converteu em um tirano que martirizou o povo e o castigou até a miséria. A maioria dos romenos comemoraram sua morte e o novo rumo político e econômico do país, que continua sendo o mais pobre da União Européia, junto com a Bulgária.

Burcea adverte que estes nostálgicos não pertencem somente a uma minoria de antigos chefes do regime, mas de outros grupos sociais também "Na Romênia, a pobreza e a falta de perspectiva devido a crise econômica são altos entre os nostálgicos do regime, inclusive entre jovens que desconhecem o período".

Em Bucareste, é fácil encontrar muitos taxistas quer lembram do "Conducator", já que se sentem decepcionados pelas mudanças capitalistas que começaram depois da queda da ditadura. Inclusive, muitos sentem falta da época em que Ceausescu dirigia a Romênia com mãos de ferro.

“Este setor de nostálgicos pertence a grupos sociais que não se beneficiaram da economia de mercado e sofrem de desemprego, miséria e marginalização econômica. Não que sejam nostálgicos do sistema comunista, mas sim de uma época em que a população era pobre, mas bastante igualitária e tinha segurança no emprego", explica Laurent Couderc, redator-chefe da revista Regard.

Muitos cidadãos olham para o passado, deixando para trás os terríveis acontecimentos e criam uma imagem de Romênia comunista quase idílica. "Sua nostalgia provêm dos empregos, apartamentos que podiam ser comprados facilmente e com baixos juros e do grande número de pessoas que se permitia férias no litoral do Mar Negro, muito maior que na atualidade", diz Burcea.

Esse debate ressurge agora que o governo romeno quer fazer um "tour comunista", para atrair turistas, e também porque vários objetos de Ceaucescu foram leiloados recentemente.

Via ElPaís

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