segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Merkel se junta a Sarkoxy para eleição presidencial francesa

O plano de Merkel de se unir a Sarkozy é visto como incomum, mas algo a surgir na Europa.


Sobrancelhas são erguidas pela Europa depois que Angela Merkel se empenha em unir a Nicholas Sarkozy na campanha de reeleição do presidente francês nesse ano.

E um movimento incomum - e potencialmente arriscado - , a chanceler alemã prometeu ajudar o homólogo gaulês na tentativa de mantê-lo no Elysée.

Hermann Gröhe, secretário geral de Merkel na União Democrática Cristã (CDU), confirmou nessa semana que ela iria "ativamente apoiar Sarcozy com aparições conjuntas na campanha de eleição na primavera".

Enquanto não é comum para certos líderes promover campanhas de amigos de países vizinhos - Vladimir Putin apoiou candidatos nos Estados soviéticos - políticos europeus tem geralmente aderido ao pacto não-escrito em interferir nas eleições de outros Estados membros.

Eles podem apoiar um ao outro em certas questões - o chanceler anterior Helmut Kohl apareceu na TV francesa ao lado de François Mitterand para um referendum da França em se juntar ao euro - mas abordar a batalha e falar em seus rallies parece um novo passo, disse Ulrike Guérot, um especialista nas relações franco-germânicas no Conselho Europeu nas Relações Exteriores. Mas, ela disse, é provavel se tornar mais comum que líderes europeus construam uma "democracia transnacional".

Anke Hassel, professora de políticas públicas na Escola de Governo Hertie de Berlim, disse que foi muito incomum para um servidor líder europeu acompanhar um colega internacional em uma reeleição. "Eu não lembro de outro exemplo", ela disse. Ela também acredita que tais apoios internacionais poderiam se tornar comuns. "Eu penso que estamos em um profundo período de mudanças. As coisas estão realmente despertando com um sinal de um novo tratado fiscal. É o primeiro passo em frente a uma integração muito profunda no lado político das coisas."

Nesses tempos de crise, Merkel parece reescrever as "regras de cavalheirismo" de que é um estilo ainda comum nos clubes masculinos. Em Outubro, ela telefonou para o presidente italiano, Giorgio Napolitano, alegadamente para "gentilmente incitá-lo" a afastar Silvio Berlusconi. A ligação, revelada no Wall Street Journal depois da defenestração de Berlusconi, causou injúrias na Itália. Um jornal italiano ainda produziu uma página proclamando "The Lard Arse Did It" [O Traseiro Gordo Quem Provocou], uma referência ao maldizente apelido de Berlusconi para o partido alemão. Ele alegadamente fez o insulto se passar como "unfuckable" [não-ferrável].

A força do aval é surpreendente para mais opiniões pessoais. Embora os líderes franceses e alemães se tornaram melhores conforme a crise do euro se aprofunda, o par está longe de serem melhores amigos. Em uma gala em Frankfurt antes do Natal para marcar a saída do cabeça do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, Sarkozy alegadamente fez marcações deselegantes sobre o gosto de Merkel por queijos.

O anúncio da supresa de Merkel pegou Paris pelas costas como Sarkozy, também da centro=direita, tem já oficialmente declarado sua candidatura para a eleição, que terá lugar em dois rounds em 22 de Abril e 6 de Maio.

"Eu não sabia que ela votou na França", disse o presidente francês em uma entrevista com canais de televisões múltiplos na noite de Segunda. Kassel, entretanto, disse que ela não acreditava que Merkel teria endossado com Sarkozy sem primeiro pedir consentimento.

Em um encontro eleitoral do partido UMP de Sarkoy em Paris no final de semana, é dito que Grohe declarou que o CDU está convicto que Sarkozy "é o homem certo para o Elysée "agora e no futuro", reportou Süddeutsche Zeitung. "Nós necessitamos de uma França forte com um presidente forte. Sarkozy é nosso amigo", disse Gröhe. Ele criticou o rival de Sarkozy, o Socialist François Hollande, que viajou para a Alemanha antes do Natal para oferecer cordialmente apoio ao Social Democratic Party (SPD), o principal rival de Merkel.

"Os socialistas estão intrincados nos sonhos do passado. Todos eles estão tentando trazer os conceitos e as fantasias da distribuição de renda",disse Gröhe. Ninguém nos pronunciamentos vagos do Hollande ofereceu uma solução para os problemas dos nossos tempos, ele acrescenta, citando sua proposta em baixar a idade de aposentadoria.

O endossamento de Merkel poderia ajudar Sarcozy, se as pesquisas se mostrarem acreditáveis. Uma pesquisa realizada recentemente para o jornal Francês Le Monde sugeriu que mais pessoas francesas acreditavam na chanceler alemã do que no próprio presidente.

Ao aliar-se com Sarkozy, entretanto, Merkel também está tomando risco. Depois de seu apoio se tornar público, o SPD imediatamente insistiu que ela seguisse a liderança francesa e intriduziria a chamada Tobin tax. Em sua entrevista na Segunda, Sarkozy anunciou coleta de 0.1% em todas as transações financeiras na França, que ele disse gerar €bn (£800m)de renda e cortar o déficit. Se Hollande vencer, Merkel terá muito o que fazer.

Via The Guardian

Um comentário:

  1. A matéria nem cita a MArine Le Pen, e isso que ela tem só 2% a menos que o Sarkozy nas intenções de voto

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