terça-feira, 20 de março de 2012

Oposicionistas também cometeram abusos na Síria, diz ONG

Membros de grupos oposicionistas da Síria, que há mais de um ano pedem a renúncia do presidente Bashar al-Assad, também cometem abusos e violações de direitos humanos como tortura, sequestros e execuções, acusou nesta terça-feira a ONG internacional Human Rights Watch (HRW).

Em carta aberta ao Conselho Nacional Sírio (CNS), que congrega os oposicionistas, a organização diz que as "táticas brutais" do regime não justificam os abusos cometidos pelos braços armados da oposição.

A HRW também deixa claro que não há indícios de que os responsáveis pelos abusos pertençam a estruturas organizadas da oposição ou que estejam seguindo ordens do CNS.

Sarah Leah Whitson, diretora de Oriente Médio da ONG, diz que o CNS deveria deixar claro que os rebeldes não deveriam, sob hipótese alguma, torturar, sequestrar ou executar.

Entre os alvos dos abusos estariam integrantes das forças de segurança do governo, apoiadores de Assad, e pessoas identificadas como membros das Shabiha, as milícias pró-regime acusadas de levar a cabo execuções de civis como parte das técnicas de repressão aos protestos.

Segundo a ONU, que já descreveu a crise no país como uma guerra civil, mais de 8 mil pessoas já morreram desde o início dos confrontos há mais de um ano.

Na esteira da Primavera Árabe, onda de protestos que derrubou os ditadores da Tunísia, Egito e Líbia e promoveu reformas no Marrocos, na Jordânia e a transição política no Iêmen no ano passado, os rebeldes sírios querem a saída de Assad do poder.

Embora as potências ocidentais venham pressionando o regime, esforços para condenar o governo na ONU vêm sendo barrados por China e Rússia.

Um ano

Na semana passada, quando a revolta completou um ano, 200 grupos humanitários de 27 países - entre eles Human Rights Watch, Christian Aid, Instituto de Estudos de Direitos Humanos do Cairo (CIHRS, na sigla em inglês), Civicus e a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) – apelaram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para se unir e aprovar uma resolução condenando o regime sírio pelo uso de violência, tortura e prisões arbitrárias de civis.


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