sexta-feira, 2 de março de 2012

Intervenção da OTAN na Síria: Em quem confiar?


O representante permanente dos EUA ante a OTAN, Ivo Daalder, assegurou depois da sessão do Conselho de Relações Exteriores em Chicago que é pouco provável que o organismo tenha que realizar uma operação militar em Síria. Sem embargo, essas declarações carecem de credibilidade se se tem em conta uma série de feitos que demonstram o contrário.

"Honestamente, duvido que nos vejamos forçados a começar uma operação militar na Síria", afirmou Daalder, ao ser consultado pelos jornalistas sobre os critérios com que toma valores de uma internvenção militar em outros países.

Essa opinião contrasta com a de vários analistas, como Nagham Salman, especialista em assuntos do Oriente Médio e blogueira da RT, quem sugere que "o objetivo a curto prazo é debilitar o país para levar a cabo uma intervenção externa a médio prazo, possivelmente a início da primavera, quando segundo todos os indícios se lançaria um ataque coordenado contra Síria e Irã. E ele seria uma catástrofe para toda a região".

Outras declarações, como a emitida pela aliança opositora conhecida como Conselho Nacional Sirio, também dá a entender a possível intenção da OTAN de propiciar uma intervenção armada organizada de outros países. O CNS anunciou a criação de um comitê militar, destinado a controlar as ações dos agrupamentos antigovernamentais na Síria e o mais provável é que tenha sua sede na Turquia, segundo informou nessa Quarta de Paris o chefe do CNS Curhan Ghalioun. A OTAN não prevê "ventos em mudança".

O representante dos EUA ante a OTAN também se referiu ao papel que terá adianta na Aliança no Afeganistão, sobre o qual deu a entender que a política de ação nesse país não variará, apesar do recente escândalo gerado pela queima de vários exemplares do Corão feita por militares estadunidenses.

"Condenamos o que tem se passado nos últimos dias, isso é simplesmente inaceitável", disse Daalder. "Mas não podemos permitir que incidentes isolados, ainda sejam trágicos, determinem nossa política", acrescentou. "Cremos que levamos o curso correto e manteremos até o final", assegurou.

O escândalo instalou em 20 de Fevereiro, quando na base de Bagram dezenas de livros sagrados confiscados em uma prisão próxima, foram queimados. Segundo a versão do Pentágono, os presos usaram os textos para passar notas.

Como resultado, se tem feito frequentes os casos de ataques de soldados afegãos e militares da OTAN, razão pela qual muitos membros da aliança retiraram seus conselheiros militares de Kabul.

Os últimos acontecimentos põem em tela de juízo o retiro total do contingente militar da OTAN no Afeganistão para 2014, especialmente, se se toma em consideração que os EUA planejam manter ali conselheiros militares para treinar os solados afegãos.

Via RT

Nenhum comentário:

Postar um comentário