terça-feira, 3 de julho de 2012

Reprodução de um discurso nacionalista argentino




Queridos amigos,

Queridos compatriotas,

Queridos camaradas de armas

Queridos irmãos e familiares dos mártires que deram sua vida para defender a Soberania Argentina na ação heroica para Reconquistar Las Malvinas por nossa Pátria.

Hoje nos reunimos para rogar pelas almas de aqueles que deram sua vida pela Pátria, e que por Providência de Deus, descansam junto ao General Belgrano, envoltos no mar que reflete nossa bandeira celeste e branca, como o manto de nossa Mãe.

Ainda que passaram 30 anos, jamais poderemos esquecê-los, jamais esqueceríamos, ainda que ao longo destes anos nos queiram fazer esquecer, e queiram estender um manto de silêncio.

Por mais que queiram desmalvinizar, por mais que queiram dizer que isso nunca existiu, que se existiu foi um erro, que foi um tapa de afogamento, de um general desfigurado.

Jamais poderemos esquecer, porque ao longo destes anos, destes tristes e cinzentos anos, em que nossa Pátria sangra, em decadência e desintegração, o gesto heroico dos que ofereceram suas vidas, marcou o único gesto de grandeza com o qual podemos reencontrarmo-nos os argentinos.

Jamais poderemos esquecê-los. Por isso estamos aqui para rezar.

Hoje estamos aqui para recordar aquelas jornadas. Aquelas jornadas nas quais o povo argentino, sem distinção de partidos, sem distinção de bandeiras, se sentiu unido e reagiu como um só homem, em um só coração e em uma só alma.

Porque por cima das falsidades, por cima das promessas que não se cumprem, por cima dos programas falaciosos, por cima dos discursos mentirosos dos políticos da mudança, e dos meios de comunicação, teve um ideal de Pátria, teve algo nobre que fez com que esse povo reagira como um só homem.

Foram momentos de grandeza, de ânimo, de vitória, momentos de dor e de derrota. Isto não podemos esquecer.

Foi um momento de grandeza entre tanta mediocridade. Depois começamos a afundar, novamente nesta mediocridade e desintegração crescente, preâmbulo do caos, anarquia e dissolução nacional.

Por isso nos unimos aqui como argentinos de fé, para rezar, pelas almas de aqueles que foram mortos em combate. Isto é um dever de Piedade Altíssimo, já que deram sua vida por uma causa nobre, uma causa justa, e o fizeram sabendo que estavam cumprindo com seu dever.

Como cristãos devemos amar nossa família, mas também devemos amar a essa família grande que é a Pátria, que é minha família, e as famílias de todos aqueles que estão unidos por laços de tradição, de história, de sangue, de língua, e de fé; pelos que forjaram esse passado comum, e nos legaram um destino comum.

Essa virtude da Piedade é um dever de respeito e honra aos pais e à Pátria, porque nela temos nascido e nos criado, porque dela e nela recebemos tudo o que possuímos.

Por isso hoje ao rezar pelas almas dos mortos, temos que rezar por nossa Pátria e recordar nossa história. Temos que mirar o presente e o futuro. Nós, os que estamos vivos não podemos permitir que tenha sido inútil o sacrifício dos mortos que ofereceram suas vidas por nossa Pátria.

Querem nos fazer esquecer do heroísmo, nos querem fazer esquecer do sacrifício, nos querem fazer esquecer dos grandes ideais, porque tudo isso não lhes convém.

Não lhes convém os covardes, não lhes convém os traidores, não lhes convém os vendedores de pátrias, não lhes convém os que compactuam e entregam nossos recursos ao inimigo, nossa Cordilheira e nosso Mar. Não lhes convém os que querem esquartejar a Argentina em três ou quatro republiquetas.

Não lhes convém os que nomearam no Ministério de Defesa uma cidadã inglesa. Sim! Uma cidadã inglesa, filha de um alto funcionário inglês, da Embaixada do Reino Unido na Argentina.

Não lhes convém os que, por expressa instrução de nossos inimigos, denegriram, humilharam e trancafiaram em verdadeiros campos de concentração os chefes militares que pelearam nas Malvinas.

Não lhes convém os que desintegraram nossas F.A. como o que estão fazendo atualmente com a Gendarmerie e a Polícia Federal, por ordem desta mesma cidadã inglesa. Em síntese, os ingleses conduzem o Ministério de Defesa e o Ministério de Segurança Interior argentinos.

Não lhes convém os políticos da oposição, qualquer seja, já que eles também prosperam com o negócio mortal da droga, do jogo e da prostituição, pelo qual querem destruir a moral e dignidade de nosso povo.

Não lhes convêm  espírito das Malvinas porque é o espírito da pátria, porque é o espírito de Deus, da unidade, do amor. Porque é o espírito de nosso povo, é o espírito de luta, o espírito de sacrifício e dignidade. Porque é o espírito da Nação Argentina.

A quem cabe dúvidas que a ação heroica de Malvinas, última guerra entre duas bandeiras, duas nações, duas linhagens, antes de entrar de cheio nesta modernidade materialista, escravizadora e globalizada, não continua hoje, em todo espaço nacional, com esta perversa Guerra Interna com métodos mais sutis, mas muito mais mortífera que aquela que hoje recordamos.

Por acaso, não provoca mais morto a droga, que penetra sem nenhum tipo de controle pela fronteira norte, onde a comissária inglesa retirou a gendarmeria para leva-la à Grande Buenos Aires, levando o caos e a criminalidade a níveis incontroláveis?

Por acaso, não provoca mais morto no corpo e no espírito de nosso humilde povo, nos jovens e nas famílias, todas estas perversas leis contra a unidade do matrimônio e a família, pedra angular de nosso povo e nossa Nação?

Por isto querem que esquecemos. Nós não podemos trair esse sangue derramado, porque não podemos trair e esquecer o sacrifício de nossos irmãos, nossos amigos, nossos camaradas de luta. Porque não podemos permitir que esse sangue seja derramado inutilmente.

O sangue daqueles que morreram por nossa Pátria são sementes de uma nova Pátria, de uma Pátria que custará mais sacrifício e muitos anos de luta. Mas isso não importa.

Temos que seguir sendo combatentes, cada um no posto que Deus lhe designou, para que, como disse o grande General, “sejamos o que devemos ser, senão, não seremos nada”.

Para que nossa pobre Pátria Argentina, tão ferida e maltratada, possa um dia encher-nos de orgulho, como de orgulho nos encheram aqueles heróis puntanos que hoje recordamos, que foram capazes de dar sua vida como disse o Senhor, “Nada ama mais que aquele que é capaz de dar a vida pelo seu povo”.

Nos aproximamos aos dias santos, aos dias que a Igreja revive a Paixão e a Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sabemos que para seguir a Cristo temos que estar dispostos a carregar a Cruz.

Cristo é o Rei que nos ama e que nos chama para conquistar nossa Pátria. E Cristo em nenhum momento nos chama com promessas de uma vida fácil, cômoda. Cristo disse com clareza “O que quiser ser meu discípulo, que pegue uma Cruz e me siga”. Quer dizer que para chegar à Glória da Ressurreição e à Vida, ao Triunfo e ao seu Reino, há que passar pela Sexta-Feira Santa, pela Paixão e pela Morte.

Este é nosso caminho pessoal, mas também o caminho de nossa Pátria. O caminho que nos marcaram os que ofereceram sua vida em combate.

Peçamos ao Senhor, nestes dias, que nos ajude a ser fiéis nesta empresa, peçamos ao Senhor nestes dias, para que esta Pátria entregada pelo Judas, humilhada, crucificada, possa alegrar-se um dia com a Ressurreição, com a Vida que não passa, a qual Ele nos Chama, para reinar um dia junto a Ele, e os que deram já sua vida por esta Pátria do Céu e da Terra.

2 de Abril de 2012, Provincia de San Luis - Argentina.

Por Victor Eduardo Vital - Veterano de Guerra, Batalhão de Infantaria da Marinha 5 (BIM5)

Fonte: Fundación Malvinas

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