terça-feira, 4 de setembro de 2012

É por isso que a Síria de Bashar al-Assad não será derrubada!



A tendência na Síria

Os acontecimentos mais recentes na Síria apresentaram uma série de importantes indícios que terão consequências decisivas sobre o curso da guerra mundial com a qual o Estados Unidos pretende destruir este país.

Contrariamente às informações e impressões de estrategistas estadunidenses e de seus cúmplices europeus e árabes, transmitidas através das centenas de meios (imprensa audiovisual e eletrônica) que participam nesta batalha, os esquadrões da morte, os mercenários e os grupos takfiristas trazidos de todas as regiões do mundo têm tido um duríssimo azar nos combates. No entanto, os responsáveis turcos e seus aliados prometeram, assim como fizeram no ano passado e na mesma época, que o mês do Ramadã seria o da caída do resistente regime da Síria. Essas ilusões se dissiparam novamente no campo de batalha, onde os bandos armados deixaram milhares de mortos, feridos e prisioneiros.

Na verdade, a ofensiva geral dos extremistas contra Damasco produziu enormes baixas para estes últimos, confessam os próprios meios ocidentais. A força formada com mercenários locais e jihhadistas do mundo inteiro foi literalmente aniquilada pelo exército sírio que agora persegue aos que ainda permanecem nos arredores da capital. Toneladas de armas foram confiscadas e uma grande infraestrutura foi destruída e desmantelada. Levarão meses para reconstruir um poder destrutivo similar... se conseguirem reconstruí-lo.

E já se sabe o saldo da batalha de Alepo. Os extremistas caem aos milhares ante o metódico avanço do exército, que praticamente conseguiu romper as linhas de abastecimento dos mercenários provenientes dos campos de treinamento que a CIA dirige na Turquia. Os bandos armados tampouco chegam a fazer com que cheguem reforços até a cidade sem sofrer enormes perdas. Suas colunas motorizadas, compostas de veículos com tração nas 4 rodas e equipados com metralhadoras pesadas proporcionadas pelos seus patrocinadores regionais, avançam expostas baixo o fogo dos helicópteros e aviões das forças armadas sírias e caem nas emboscadas preparadas pelas unidades de elite infiltradas atrás das linhas inimigas. Segundo especialistas, um terço dos extremistas são jihaddistas provenientes do Magreb árabe, da Líbia, do Golfo, do Afeganistão, Paquistão e Chechênia. O diretor de inteligência da União Européia, o francês patrice Bergamini, reconheceu (em entrevista concedida na sexta-feira, dia 17 de agosto ao diário libanês Al-Akhbar) a importância do papel dos jihaddistas no conflito sírio e destaca que a opinião pública ocidental já está consciente do perigo que estes representam. É evidente que a limpeza da cidade de Alepo e seus arredores por parte do exército sírio já é apenas questão de tempo.

Os grandes problemas que os bandos armados têm tido em toda a Sìria demonstram que o Exército Árabe Sírio, que conta com profundas bases ideológicas, assimilou muito rapidamente as lições de guerra e que desenvolveu estratégias de contraguerrilha em zonas urbanas e rurais, estratégias que lhe permitiram desferir duros golpes aos extremistas, a pesar dos fortes meios militares, materiais, financeiros e midiáticos que uma coalizão de várias dezenas de países colocou à disposição desses elementos. Sem esquecer as sanções que esses países adotaram contra o povo e Estado sírios além do marco das Nações Unidas.

Para compreender e predizer a evolução da situação também é importante analisar o estado de ânimo do povo sírio. Sem um autêntico apoio popular - apoio que os meios de comunicação ocidentais se empenham em ocultar - o presidente Bashar al-Assad e seu exército não poderiam resistir à ofensiva e repeli-la. Este apoio popular está determinado por 3 fatores: a maioria dos sírios estão conscientes de que seu país está sendo alvo de um complô internacional que tenta fazer da Síria um vassalo que seria somada ao campo ocidental-imperialista e removida de todas as equações regionais. Se trata, no entanto, de um país que esteve durante os últimos 40 anos em pleno centro de correlação regional de forças e com o qual o Oriente Médio podia sempre contar. Estes amplos setores da população síria estão apegados à independência política de seu país e estão dispostos a lutar para defendê-la. Isso explicaria porque milhares de jovens se oferecem como voluntários para unir-se às filas do exército nacional sírio. Os especialistas estimam que mais de 20% da opinião pública, que em algum momento simpatizou com a oposição, descobriu a verdadeira face dos extremistas, que cometem selvagens abusos nas regiões que controlam (violações, execuções sumárias, massacres, saques..). Os meios ocidentais ecoam, cada vez mais frequentemente, esses atos de barbáries. Aproveitando essa mudança de opinião da população, sobretudo em regiões rurais onde o povo está cansado da barbárie, o Estado sírio estabeleceu meios de comunicação que permitem a população informar discretamente ao exército sobre a presença de terroristas. Isso explica como as unidades e a aviação chegaram a realizar exitosamente ataques seletivos contra os esconderijos e bases dos bandos armados durante as últimas semanas.

Paralelamente a todos esses acontecimentos no território, os aliados regionais e internacionais de Damasco dão exemplos de uma firmeza a toda prova e desenvolvem iniciativas políticas e diplomáticas, evitando assim deixar o campo livre aos ocidentais. O êxito do encontro de Teerã, no qual participaram 30 países, entre eles China, Índia, Rússia, 9 países árabes e vários Estados da América Latina e do sul da África, ilustra essa nova correlação de força.

A criação desse grupo de Estados foi uma forte mensagem aos ocidentais e põem em risco seu projeto que visa estabelecer, fora do marco da ONU, uma zona de exclusão aérea no norte da Síria.

Os últimos meses de 2012 serão decisivos na elaboração de novos equilíbrios regionais e internacionais e conformarão uma nova imagem a partir de Damasco, graças a vitória do Estado nacional sírio na guerra universal que contra ele foi desatada.

A tendência geral
Os novos mísseis sofisticados e precisos da Resistência Libanesa

Há várias semanas que os dirigentes israelitas vêm fazendo soar os tambores de guerra. Ameaçam atacar o Líbano e as instalações nucleares iranianas, assim como a Síria, com a esperança de salvar de seu fracasso certo o complô ocidental traçado contra esse último país.

O chefe da Resistência, Sayyed Hassan Nasrallah, respondeu as ameaças de Israel. Em seu discurso no Dia Internacional do Al-Qods, Nasrallah anunciou uma nova equação sem precedentes ante a possibilidade de um golpe estratégico dissuasivo ao revelar que a Resistência dispõem de mísseis sofisticados e precisos, que são capazes de alcançar alvos do tamanho de um ponto, na Palestina ocupada. Também indicou que a Resistência dispõem de um banco de objetivos e que já há mísseis apontando até essas infraestruturas vitais, cuja destruição constituiria em uma verdadeira catástrofe para Israel. A quantia de baixas israelenses seria considerável.

Os especialistas israelenses sabem perfeitamente a quais alvos se refere Nasrallah e de que mísseis está falando. Sua dura mensagem foi recebida e entendida com perfeição e desencoraja o Estado hebreu a desatar sua agressão. Mísseis sofisticados prontos para seu lançamento podem incendiar o coração de Israel, deixar milhares de vítimas e 2 milhões de desalojados.

Com cada aparição e com cada nova equação, Nasrallah obriga aos israelenses a revisar seus cálculos e contar até um milhão antes de lançar uma agressão contra o Líbano ou contra algum dos membros do Eixo de Resistência. Se a Resistência tem os mísseis que menciona Nasrallah, os israelenses fariam bem em perguntar-se o que poderiam causar os arsenais da Síria e do Irã.

As equações dissuasivas que impõem a Resistência, e já experimentadas durante a guerra de julho de 2006, são prova indiscutível da força que o Líbano pode dispersar ante a máquina de guerra israelense. Constituem no mais a melhor resposta aos políticos libaneses que pedem o desarme da Resistência, cedendo às exigências das embaixadas ocidentais e ao dinheiro do Qatar e da Arábia Saudita.

Por Pierre Khalaf

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