"Proclamamos solenemente a independência do Azawad a partir deste dia", declarou o porta-voz do MNLA Mossa Ag Attaher, prometendo respeitar "as fronteiras dos estados limítrofes".
O anúncio ocorre após os rebeldes tuaregues e grupos islâmicos tomarem o controle das três cidades do norte - Kidal, Gao e Timbuktu - sem nenhuma resistência por parte do Exército malinense, desorganizado e desarmado.
O porta-voz condenou o sequestro do consul da Argélia em Gao "por um comando terrorista" e disse que um grupo de assaltantes "não identificados" levou o consul e seis de seus colaboradores para um destino desconhecido".
"Acabamos de concluir um combate muito importante, é a libertação...", disse Attaher em nome do secretário-geral do MNLA, general Billal Ag Achérif.
O Mali mergulhou no caos após o golpe de Estado contra o regime do presidente Amadou Toumani Toure, há duas semanas, que colocou no poder uma Junta Militar liderada pelo capitão Amadou Sanogo.
O Movimento Nacional para a Libertação da Azawad (MNLA) teve a adesão dos islamitas do Ansar Dine, liderados por Iyad Ag Ghaly, e de membros da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI), que lideram as "operações militares" do grupo.
Segundo testemunhas, centenas de civis deixaram Timbuktu na madrugada de quinta-feira, principalmente em direção a Mauritânia e Burkina Faso.
Na quinta-feira, os chefes militares de 13 países vizinhos de Mali se encontraram na Costa do Mafim para estabelecer planos para uma intervenção militar no intuito de frear a ação dos rebeldes do norte, bem como para restabelecer a constituição, depois que soldados invadiram o palácio presidencial no mês passado.
A confusão na capital abriu as portas para os rebeldes do norte do país, que tem tentado a independência há mais de 50 anos.
A França, que havia oferecido apoio para uma invasão militar, anunciou nesta sexta-feira que não reconhece o Estado dos rebeldes tuaregues. "Uma declaração de independência unilateral que não é reconhecida pelos Estados africanos não significa nada para nós", disse o ministro da Defesa Gerard Longuet.
A União Europeia seguiu a posição francesa. "Nós certamente não vamos aceitar essa declaração. Isso está fora de cogitação", disse Richard Zinc, chefe da delegação da União Europeia em Bamako.
Nenhum comentário:
Postar um comentário