terça-feira, 13 de novembro de 2012

Paraná: Mr. Catra é impedido de se apresentar em Toledo

Por recomendação do MP, que alegou que músicas do cantor fazem apologia ao crime, uso de drogas e prostituição infantil, prefeitura cassou alvará que liberou o evento

O polêmico funkeiro Mr. Catra não conseguiu realizar um show que deveria ter acontecido no fim de semana em Toledo, no Oeste do Paraná. Por recomendação do Ministério Público (MP), a prefeitura do município cassou o alvará que havia concedido para a realização do evento.

O MP disse ter recebido um documento com aproximadamente 160 assinaturas solicitando a proibição do show. No abaixo-assinado, as pessoas relataram que as músicas do cantor incitam a violência, fazem apologia ao consumo e ao tráfico de drogas e incentivam a prostituição e práticas sexuais.

Após analisar as músicas de Catra, o MP decidiu enviar um ofício para a prefeitura recomendando a cassação do alvará. No documento, assinado pelos promotores Giovani Ferri e Kátia Kruger, são descritos trechos de músicas polêmicas. Em uma delas, intitulada “Maconha”, o cantor confessa fazer uso da substância. “Penso em tudo o que faço e de tudo o que faço me orgulho. Confesso pra vocês, eu gosto muito de fumar bagulho. Se tu não gosta tudo bem, é direito seu, agora não vem discriminar o direito de fumar que é meu”, diz a música.

A Secretaria de Fazenda de Toledo, que expediu e cassou o alvará informou que a empresa Pantaneiro Bar, de Cascavel, foi quem solicitou a autorização para realizar o evento. Segundo o secretário Raul Baltazar, a empresa cumpriu todos os trâmites normais.

Os alvarás podem ser cassados a qualquer momento e com base na recomendação do MP a prefeitura decidiu retirar a autorização para o evento. O secretário afirmou ainda que, se soubesse do conteúdo das músicas, o documento não seria liberado.

A organização do show entrou com um mandado de segurança contra a decisão da prefeitura, mas a liminar foi negada pela Justiça.

Para o advogado criminalista Lauri Silva, a recomendação do MP está correta, já que os promotores são advogados da sociedade. Segundo ele, quando há dúvidas sobre riscos que um evento pode trazer, o MP pode agir na prevenção.

A reportagem não conseguiu contato com o proprietário do Pantaneiro Bar, responsável pela organização do evento. Daniel Bortolatto, dono da Madaly Eventos, local onde aconteceria o show, disse que apenas fez a locação do espaço e que já havia recebido parte do aluguel. Ele considerou a decisão arbitrária. Para Bortolatto, a prefeitura deveria ter agido com antecedência, e não na véspera do show.

No domingo (11), Mr. Catra fez um show em Santa Terezinha de Itaipu, na região de fronteira, para aproximadamente 5 mil pessoas. De acordo com Geisel Machado, o DJ Gegê, que abriu o show, o evento foi tranquilo. Para ele, as músicas de Catra possuem duplo sentido, mas não incitam a violência. “O sertanejo também tem [duplo sentido]”, diz. Machado afirma que a proibição só aumenta a popularidade do cantor.

Via Gazetadopovo

Um comentário:

  1. Decisões assim deveriam ser tomadas no país todo!
    Sabotadores do bem estar social, cantam as drogas, o crimes e a perversão!

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