sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Pesquisa afirma que 53% apoia o separatismo sulista

Pesquisadores ouviram 19.552 eleitores nos 48 maiores municípios da região Sul entre os dias 19 de novembro e 15 de dezembro de 2012. Apenas 30,16% da população é contra a proposta de separação do Sul.





Pesquisa divulgada neste dia 20 de dezembro pelo Gesul (Grupo de Estudos Sul Livre) indica que índices de aprovação da proposta de criação de um novo país, envolvendo os três estados Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul tem ampla aprovação por parte da população dos 48 maiores municípios com mais de 100 mil habitantes da região Sul. Segundo os dados divulgados pela entidade, com sede em Brusque, Santa Catarina e coordenada pelo Jornalista e Professor, Celso Deucher, a pesquisa ouviu 19.552 eleitores entre os dias 19 de novembro e 15 de dezembro deste ano e concluiu que 53,85% aprovam a criação de um novo país, contra 30,16% que reprovam a proposta, sendo que 15,99% dos entrevistados confessou-se indeciso.
O Estado com maior aprovação da proposta é o Rio Grande do Sul, onde 60,89% da população posicionou-se favorável, contra apenas 26,60% que reprovam. O Estado tem também o menor índice de indecisos, entre os três estados, 12,51%. Santa Catarina é o segundo estado com maior aprovação. Neste Estado, 54,17% dos entrevistados aprova a criação de um novo país, sendo que 30,30% reprovam a proposta e 15,53% estão indecisos. O Estado com menores índices de aprovação a proposta é o Paraná com 46,85% a favor, 33,49% contra e 19,66% que estão indecisos.
“Nos três Estados a proposta separatista vence com larga margem em relação aos que são contra e mesmo no Paraná, onde os índices são menores, se houvesse um plebiscito, venceria com mais de 13% de margem. Surpreende os números do Rio Grande do Sul, que de acordo com pesquisas sempre manteve-se numa média de aprovação em torno de 55%. Esta última pesquisa mostra que a aprovação a proposta separatista vem num crescendo, chegando em 2012 a mais de 60%”, explica Celso Deucher, que acompanhou a coleta dos dados e divulgou oficialmente os números em nome do Gesul, do qual é Secretário Geral.
Segundo ele, das 48 cidades pesquisadas, a proposta só perderia por pequena margem, em quatro delas. Três no Paraná, Curitiba, São José dos Pinhais e Foz do Iguaçu; e uma em Santa Catarina, Palhoça. Na capital paranaense os números divulgados indicam que 36,90% da população é favorável a proposta, 38,55% é contra e 24,55% encontra-se indecisa. Em São José dos Pinhais, cidade da região metropolitana de Curitiba, a diferença entre os que são favoráveis e os contra, foi de apenas 1,04% reprovando a proposta. Neste município, 35,94% dos entrevistados são favoráveis a separação e 36,98% são contra. Os indecisos somam 27,08, um dos maiores índices da pesquisa.
“Acreditamos que os números de São José dos Pinhais sejam um reflexo de Curitiba, assim como, de certa forma, os números de Palhoça, também refletiram os números da capital catarinense”, analisa Deucher. Em Palhoça a proposta separatista recebeu 37,76% dos votos a favor, contra 38,54% contra, tendo 23,70% de indecisos. No outro município paranaense onde a proposta foi reprovada, Foz do Iguaçu (PR), 38,02% posicionaram-se a favor, 38,54% contra e 23,44% dos entrevistados estavam indecisos. “São diferenças ínfimas em todos os quatro municípios pesquisados que reprovaram a proposta, o que mostra que se houvesse de fato o referido plebiscito, haveria uma polarização bastante acentuada entre as duas partes”, enfatiza o coordenador da pesquisa. No Estado do Rio Grande do Sul, a ideia é vencedora em todas as 18 cidades pesquisadas.
As pesquisas em todos os municípios seguem nos gráficos em anexo, divulgados pelo Gesul na tarde desta quinta-feira, dia 20. Neles aparecem além dos gráficos as bandeiras do Brasil, significando os que são contra a proposta, uma interrogação para os indecisos e uma bandeira em azul Royal com três estrelas (Alfa, Gama e Beta) alinhadas em triângulo no canto superior esquerdo, que segundo Celso Deucher, são os três Estados do Sul. “Esta é a bandeira do Movimento O Sul é o Meu País, principal entidade organizada que defende esta proposta de autodeterminação parcial ou total dos três Estados meridionais”, explica.

Pesquisas sobre a proposta separatista começaram em 1991

Celso Deucher assinala ainda que é a primeira vez na história da região Sul do Brasil que uma pesquisa envolvendo o tema, alcançou tantas pessoas em tantos municípios. O Gesul realiza pesquisas deste tipo desde o ano 2000, quando foi criado em Brusque, SC, mas o monitoramente da proposta através dos números começou em 1991, quando foram divulgados pela Revista “Isto É”, os primeiros levantamentos, feitos pelo IBOPE e pelo Instituto Bonilha. De lá para cá, anualmente são realizados levantamentos e pesquisas, em especial nas três capitais, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre e eventualmente em pequenas cidades do interior. “Acreditamos que a partir destes números, podemos ter uma noção bastante completa do atual estágio desta proposta entre a população Sulista”, diz. Este ano a entidade resolveu ampliar o universo pesquisado e mudou todos os pesquisadores. “Desta vez temos uma equipe que não tem nenhuma ligação com o Movimento O Sul é o Meu País, que contratou a pesquisa. No ano passado as equipes pesquisadoras tinham ligação com a entidade e isso de certa maneira colocava em risco a confiabilidade dos números”, explica Deucher.
Estas pesquisas fazem parte de uma ação bem mais ampla encabeçada pelo Movimento O Sul é o Meu País e que é denominada de “Projeto de Consultas Populares” com previsão de término em 2015. “Estes números projetam com alto grau de precisão, quais são os índices de aprovação e reprovação do projeto separatista Sulino. Eles certamente servirão para que o Movimento O Sul é o Meu País possa focar seu trabalho de conscientização plebiscitária”, diz o professor.
O Movimento O Sul é o Meu País é uma entidade legalmente constituída em 2002, funcionando como uma ONG de defesa do direito de Autodeterminação dos Povos, previsto na Carta de Direitos Humanos da ONU e nos vários documentos oficiais do direito internacional. A entidade está presente, segundo Deucher, em 865 municípios da região Sul e possui hoje representação internacional em mais de 20 países.

Municípios pesquisados

Ao todo foram pesquisados 48 municípios nos três Estados, sendo 18 no Paraná, 18 no Rio Grande do Sul e 12 em Santa Catarina. Os municípios paranaenses foram: Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, Colombo, Guarapuava, Paranaguá, Apucarana, Toledo, Araucária, Pinhais, Campo Largo, Arapongas, Almirante Tamandaré e Umuarama. Em Santa Catarina, Joinville, Florianópolis, Blumenau, São José, Criciúma, Chapecó, Itajaí, Lages, Jaraguá do Sul, Palhoça, Balneário Camboriú e Brusque. No Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Canoas, Santa Maria, Gravataí, Viamão, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Rio Grande, Alvorada, Passo Fundo, Sapucaia do Sul, Uruguaiana, Cachoeirinha, Santa Cruz do Sul, Bagé e Bento Gonçalves. Os resultados de cada uma destas cidades, estão nos gráficos em anexo.

Metodologia da pesquisa

Nos municípios com mais de 500 mil habitantes, Curitiba, Londrina, Joinville e Porto Alegre os pesquisadores entrevistaram 664 eleitores. Já nos municípios abaixo de 500 mil foram ouvidos 384 eleitores. Os pesquisadores fizeram ao todo três perguntas para cada entrevistado. A primeira delas foi em relação a idade, visto que a pesquisa tinha como objetivo entrevistar apenas eleitores. A segunda pergunta referia-se a localização residencial, objetivando consultar apenas pessoas residentes naquele município pesquisado. Estando presentes estas duas condições, os pesquisadores indagavam o eleitor com a seguinte pergunta: “Se o governo federal permitisse um plebiscito para separar a região Sul (PR, SC, RS), você votaria?”. Havia apenas três alternativas: a favor, contra, indeciso.
As entrevistas foram feitas através de amostra aleatória simples sobre variáveis categóricas. “Este tipo de amostra aleatória é aquela na qual todos os pesquisados têm a mesma probabilidade de serem selecionados. Ao mesmo tempo, como variável categórica, foram selecionadas as amostras, através das duas perguntas antecedendo a principal, pois precisávamos saber se o cidadão era morador daquele município e se era eleitor”, explica Deucher. “Optamos por usar uma metodologia aprovada pela Associação Brasileira de Pesquisa para que ela tenha uma margem de erro o menor possível. Neste caso específico trabalhamos com uma margem de 5%, para mais ou para menos e um nível de confiança de 95%”, afirma. A pesquisa usa também os cálculos amostrais do professor Glauber Eduardo de Oliveira Santos, referência em pesquisas nas universidades brasileiras.

O que é o Gesul

O Gesul (Grupo de Estudos Sul Livre) é formado por um grupo de intelectuais dedicados ao estudo do fenômeno separatista na América Portuguesa e em especial do separatismo Sulista. Foi criado no dia 26 de agosto de 2000 em Brusque, SC, e mantém em seu quadro de membros historiadores, filósofos, sociólogos, economistas, constitucionalistas, advogados e outros pesquisadores. Mantém como foco de seus estudos avançados o direito de autodeterminação dos povos na América Portuguesa. Seus membros não necessariamente são da região Sul, pois possuem em seus quadros intelectuais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, entre outros.  

Reúne-se em assembléia geral uma vez por ano, geralmente em setembro e dedicam-se prioritariamente a “avaliar através de pesquisas o processo histórico porque vem passando o povo da região Sul do Brasil em busca de se tornar sujeito do direito de Autodeterminação”. “Não se trata de um Movimento Independentista, mas de uma entidade formada por pessoas que usam da sua experiência intelectual objetivando estudar com maior profundidade o fenômeno do separatismo no continente brasílico e em especial do povo Sulista”, diz Sérgio Alves de Oliveira, um dos mais destacados membros fundadores da entidade. Segundo ele, um outro objetivo do Gesul é contribuir com estudos e pesquisas de campo com o Movimento O Sul é o Meu País, único Movimento na ativa que defende claramente o direito de autodeterminação do povo Sulista. “Nesta parceria nós do Gesul procuramos aprimorar os instrumentos de luta pacifica que este Movimento vem desenvolvendo”, afirma.

3 comentários:

  1. OLÁ CAROS SULISTAS….

    Eis um NORDESTINO que fala com vocês. (Só em falar isso sei de todos os estereótipos que possam vir a mente).

    É um DIREITO de um indivíduo não ficar mais casado com uma pessoa. Ok. Não seria certo também se o desejo de um povo que queira se separar do país seja negado. Ok também. Se a maioria do povo sulista não se sente integrante do país, deve se separar.

    A anos sou a favor de uma lei “Importação zero, imigração zero” e o fim do que chamo de “bolsa consumo” que é na verdade o ICMS deste país.

    Sinto em dizer que, ao contrário da cultura popular e do que subentende-se da TV (leia-se Globo mais afincamente) o Nordeste NÃO É SUSTENTADO pelo sudeste ou pelo sul. Alguém aí é sustentado por Bill Gates? Não? É a mesma coisa. O que “sustenta” é o CONSUMO. Milhões de pessoas que compram o Windows 2000 é que sustenta a riqueza de Bill Gates.

    Ao contrário da crença popular, rasa e esteriotipada, pro Nordeste seria uma revolução isso. Pois a TV que o nordestino compra, seria fabricado na região. O microondas, a geladeira, o carro, os produtos de limpeza, etc…TUDO. Passaríamos por uma revolução positiva, da produção, da industrialização.

    O PIB do Nordeste, hoje, SEM ESTAR INDUSTRIALIZADO, neste ano de 2013 já é MAIOR que o PIB do Sul. Sem políticas nacionais desenvolvimentistas da região, aqui nasceram a maior empreiteira do Brasil (Odebrescht), uma das maiores construtoras do país (OAS, que fez até o estádio do grêmio), a Insinuante que fundiu-se com a Ricardo Electro e fez a 2 maior rede de lojas do país, a petrolífera OOG, e a maior petroquímica do país, a BRASKEM. Tudo nasceu no nordeste. Felizmente vai contra o estereótipo criado por principalmente vocês do sul.

    SOU A FAVOR, SE QUEREM, MAS VAMOS GRADATIVAMENTE. Tudo que é produzido FORA do nordeste, passaria a ser produzido dentro da região, causando o maior processo de desenvolvimento e industrialização da história.

    Não é justo que multinacionais se instalem no sul/sudeste e só façam exportar para o Nordeste. Um outro país o sul, obrigaríamos multinacionais a não exportarem do sul para o nordeste.

    Outro ponto positivo é o ICMS. Imposto ESTADUAL retido na fonte (consumidor). Uma fábrica tá no sul, o governo do estado do sul cobra da multinacional 10% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O produto custa então 1000 reais. 100 reais é o governo DO ESTADO que arrecada, mas quem paga a conta é o consumidor lá longe…..

    Isso mesmo. O Sul livre, o Nordeste veria-se livre de pagar seu cidadão financiamento direto para um governo estadual que ficasse a milhas de distância.

    O modelo de desenvolvimento MAIS EFICIENTE da história da humanidade é a SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÃO. Substituindo importação vindo do sul/sudeste, com as multinacionais OBRIGADAS a produzir localmente eu veria minha queria região do Nordeste crescer como nunca antes em sua história.

    VAMOS NOS SEPARAR, MAS AOS POUCOS. Leva-se TEMPO para uma fábrica que tá no sul, e produz para o Brasil todo, ter que fechar as portas por ser “proibido” de exportar para outra região ou estado. Assim…se tem uma fábrica de CDs (compro e vem de uma região do RS que nunca tive, nem visitei, nem conheço) exporta para o Nordeste, por favor, tem que parar com isso, fechar um turno de produção, se tiver desemprego, vai ser temporário pois o sul é o “mais desenvolvido” então, passaria a fábrica a estar NO NORDESTE.

    Com política macro-economica sem voltar para cá, já somos em termos de riqueza bruta, MAIS RICOS QUE O SUL. Com uma política de “IMPORTAÇÃO ZERO, IMIGRAÇÃO ZERO” , sem comprar nada vindo de baixo, sem ter que financiar outro estado através do ICMS, e COM NOVAS INDÚSTRIAS surgindo a cada dia para a região….O Nordeste vai se desenvolver muito.

    GRATO A VOCÊS.
    CONTINUEM.
    Nessa relação de mercado, ao contrário do que os sulistas pensam, quem sai perdendo SOU EU.

    SUL INDEPENDENTE….e nenhum produto venha par ao Nordeste E seja produzido aqui. Obrigado Sul….”Nordeste livre” é o que de fato, economicamente, aconteceria

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  2. ESMAGADOR o seu comentário. A VERDADE PRECISA SER DITA.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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