quinta-feira, 15 de março de 2012

Rifenhos se revoltam contra poder central marroquino

A pequena cidade de Beni Buayache tem sido palco nos últimos dez dias de manifestações após a detenção de um ativista e no domingo os protestos alastraram à cidade vizinha de Imzuren.

A agência noticiosa marroquina Map referiu hoje que numerosos polícias ficaram feridos nos confrontos, alguns com gravidade, após interromperem uma marcha de protesto em direção a Imzuren.

Chakib al-Khayari, um ativista da Associação do Rif para os Direitos Humanos disse à agência noticiosa AP que 20 polícias ficaram feridos nos confrontos de domingo, mas não forneceu mais pormenores.

“Não sabemos o número de feridos entre a população porque não vão aos hospitais por recearem ser presos”, disse. No entanto, revelou que pelo menos 24 pessoas já foram detidas.

Fonte

As montanhas do Rif marroquino, paralelas à costa do mediterrâneo e com larga maioria de população berbere, permanecem uma das zonas mais pobres do país e têm sido historicamente marginalizadas, com escasso investimento dos governos em Rabat.

Em 2 de março, agentes da polícia à paisana interpelaram Bachir Benchaib, líder local do movimento de contestação pró-democracia 20 de fevereiro, quando abandonava a mesquita após as orações do final da tarde.

A agência Map definiu na ocasião Benchaib como um “violento membro de um gangue envolvido em roubos e outras atividades criminosas”.

Nos dias seguintes, os manifestantes que exigiam a libertação do ativista bloquearam a estrada em direção à cidade portuária de Al Hoceima (450 quilómetros a nordeste de Rabat) e promoveram “sit-ins” frente à esquadra da polícia e a edifícios governamentais.

Na quarta-feira, a polícia decidiu dispersar os manifestantes com gás lacrimogéneo e canhões de água, e desencadeou uma campanha de detenções. De acordo com Al-Khayari, os confrontos têm ocorrido sobretudo durante a noite.

As montanhas do Rif, uma região independente da década de 1920 durante os domínios colonial francês e espanhol nesta região de Marrocos, revoltaram-se contra o poder central no final da década de 1950, pouco após a independência do país em 1956.

Durante os atuais protestos, refere ainda a AP, a população tem exibido bandeiras da república do Rif e ainda a bandeira do movimento berbere do norte de África.

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