sexta-feira, 20 de julho de 2012

EUA "se vinga da Rússia" por sua atitude na ONU quanto a Síria

Moscou crê que Washington isenta-se da responsabilidade pela escala do conflito culpando aos outros

O "lobby" militar-industrial estadunidense no Congresso proibiu ao Pentágono o fechamento de contratos militares com a Rússia.

A Chancelaria russa considerou como um ato de vingança contra Moscou por sua posição a respeito da Síria a emenda aprovada pela Câmara de Representantes do Congresso estadunidense que proíbe a colaboração com a agência exportadora de armas russa Rosoboronexport.

Segundo o porta-voz da diplomacia russa, Alexander Lukashévich, a "aspiração de vingar-se da Rússia" por sua posição no Conselho de Segurança da ONU e por sua postura em favor de uma solução pacífica do conflito interno sírio "é uma tentativa se isentar da responsabilidade pela escala do conflito, culpando aos outros, e em geral é uma tentativa de "tomar o controle" das sanções em todos os casos, o que, naturalmente, causa rejeição", disse.

O diplomático russo também lembrou que a decisão foi aprovada por esmagadora maioria de votos, poucas horas depois que a Rússia e a China vetaram o projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU que havia dado a aprovação para uma intervenção militar da OTAN na Síria.

Como em outras ocasiões, a explicação dada foi a chamada informação da inteligência estadunidense. Esta informou semana passada que a Rússia vende a Síria e ao Irã tecnologias para a criação de mísseis balísticos, um perfeito pretexto para uma intervenção militar.

Além das evidentes pressões políticas, a medida restritiva estadunidense está condenada a minar futuros contratos do Pentágono de comercialização de helicópteros russos Mi-17 para as Forças Armadas afegãs.

Segundo o vice-diretor do Centro Analítico Russo de Estratégias e Tecnologias, Konstantin Makiyenko, os relatórios dos serviços secretos estadunidenses "estão ligados diretamente com a luta do "lobby" industrial e regional contra o contrato de comércio de helicópteros russos Mi-17".

O dito contrato foi assinado por Rosoboronexport e pelo Departamento de Defesa estadunidense em 2011 e estipula o fornecimento de 21 helicópteros militares de transporte russos Mi-17V5 às forças militares do Afeganistão com opção de sua exportação sucessiva a este país.

Enquanto durem as discussões em torno de supostos fornecimentos de tecnologias militares à Síria e ao Irã, a Rússia afronta na Corte Internacional de Justiça de Genebra uma demanda judicial do Irã que exige 4.000 milhões de dólares de compensação pelo não cumprimento do contrato de venda de sistemas antiaéreos S-300. Dito contrato foi cancelado pela Rússia em 2010 em função da respectiva resolução da ONU que proibia a venda de armas semelhantes ao Irã.

Via RT

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