Os preocupados sobre as
controversas políticas de privacidade do Facebook talvez tenham ainda uma outra
razão para se preocupar. A rede social esta declaradamente desenvolvendo uma
aplicação de smartphone que localizará seus usuários – mesmo quando o app não
estiver ligado.
O app está agendado para ser liberado
no meio de Março, duas fontes anônimas disseram ao Bloomberg.
Alega-se que ele foi inventado
para ajudar usuários a achar amigos que estejam próximos, revelando a
localização destes amigos. Mas diferentemente do atual app do Facebook, que
permite aos usuários dizerem sua localização ao usarem a opção “cheking in” em
um lugar, o novo app seguiria continuamente o usuário uma vez que o programa
fosse ativado.
O app localizaria o usuário em segundo
plano do sistema operacional da Apple – mesmo quando o app não estiver aberto
no telefone, afirmou uma fonte. Ainda não está claro se o app rodará em outras
plataformas.
É uma técnica que iria certamente
requerer que o site da rede social pedisse permissão do usuário. Mas há uma
brecha – o Facebook talvez já tenha conseguido o consentimento dos usuários
para rodar o programa.
O app pode ser colocado sob o política
de dados do Facebook – que diz aos usuários que uma companhia pode usar
informações de localização “para falar para você e seus amigos sobre pessoas ou
eventos próximos, ou para oferecer ofertas que possam lhe interessar”.
“Quando nós conseguimos sua localização de
GPS, nós a colocamos junto de outros informações de localização que nós temos
sobre você (como sua cidade atual)... mas nós só a mantemos enquanto não for
mais útil para lhe prestar serviços, como manter suas últimas coordenadas de
GPS para enviar-lhe notificações relevantes,” a política de uso de dados diz.
O app não é drasticamente
diferente das aplicações atuais, como o “Find My Friends” da Apple, e o “Highlight”
da Math Camp Inc., que constantemente rastreia a localização do usuário para
ajudar pessoas a acharem amigos ou lugares de interesse.
Quando contactado pela Bloomberg
para falar sobre a aplicação de rastreamento, o porta-voz do Facebook, Derick
Mains se negou a comentar.
Baseado nos fatos anteriores, o
novo app está fadado a levantar preocupações de usuários que prezam por sua
privacidade.
O Facebook não é iniciante em
controvérsias sobre suas configurações de privacidade. O site já esteve sob
fogo de reguladores dos EUA e Europa, que dizem que [o Facebook] não faz o
bastante para manter privados os dados do usuário.
No começo de janeiro, a União
Europeia pressionou gigantes da internet como o Facebook a melhorarem os
controles de segurança e limitar a coleta de dados se o consentimento do
usuário.
Em setembro ultimo, o site foi
forçado a parar de usar seus programas de reconhecimentos facial na Europa,
seguindo uma investigação do Escritório do Comissário de Proteção de Dados da
Irlanda.
E agora, o sistema de “Busca Gráfica”
da rede social – que espera para ser testado – está levantando bandeiras
vermelhas.
O sistema foi desenvolvido para
buscar no Facebook por informações muito específicas, como “Amigos que gostam de
Star Wars e Harry Potter”, e “Linguas que meu amigo fala”.
Mas após usar o sistema, o
programador e “Gadget Geek” Tom Scott descobriu que o programa pode conduzir
buscar muito mais apuradas.
Por exemplo, ele achará
facilmente “Pessoas casadas que gostam de prostitutas” ou “Atuais empregados de
pessoas que gostam de racismo”, Scott revelou em um blogspot.
As notícias sobre o app de
rastreamento da localização vêm menos de uma semana após o Chefe Executivo,
Marck Zuckerberg enfatizar a necessidade de novos produtos para celular,
durante a Fourth Quarter Earnings Conference Call do Facebook, que foi
transmitida na internet.
“Muito do que nós tivemos que fazer ano
passado foi simplesmente melhorar nosso processo de desenvolvimento para
telefones móveis... a próxima coisa que vamos fazer é nos tornarmos muito bons
em construir experiências pioneiras em telefones móveis”, Zuckerberg falou
durante a conferência.
E enquanto isto seja, de fato, uma
“experiência pioneira em telefones móveis”, continua obscuro se esta é uma
experiência que os usuários do Facebook verdadeiramente querem ter.
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