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Milhares de palestinos de luto
atenderam ao funeral de Arafat Jaradat na Cisjordânia, de quem a morte em uma
prisão israelense causou violentos confrontos. O Líder palestino Mahmoud Abbas
acusou Israel de incitar o “caos” enquanto mais motins seguiam o enterro.
Até 25.000 palestinos apareceram
para o funeral de Jaradat na vila de Sair na segunda-feira, informou o
Jerusalem Post.
Soldados israelenses estavam em
peso nas periferias de Sair, com militantes mascarados vestidos para a batalha,
o que sublinhou a atmosfera tensa.
Meia dúzia de atiradores das
Brigadas de Mártires Al-Aqsa atiraram rajadas de munição de seus [rifles] automáticos para o ar depois que a procissão massiva carregou o corpo de
Jaradat de um hospital ao sul da cidade de Hebron, na Cisjordânia, para sua
casa na vila.
“Nós sacrificamos nossas almas e sangue para
você, nosso mártir!”, gritavam os pranteadores.
Centenas de palestinos
arremessaram pedras nas forças de segurança israelenses na Cisjordânia após o
funeral, incitando-os a usar gás lacrimogênio e granadas de efeito moral.
Cerca de cem pessoas também
enfrentaram as Forças de Defesa Israelenses (IDF) do lado de for a da prisão
onde Jaradat morreu.
Os palestinos disseram que 10
pessoas foram feridas pelos tiros do IDF na cidade de Beituna, na Cisjordânia –
ao lado do complexo militar Ofer – informou o Haaretz.
O IDF confirmou que meia dúzia de
palestinos foram feridos, mas negou o uso de munição letal, dizendo que os
ferimentos foram causados por tiros de borracha.
Jaradat, 30 anos, foi preso na
última segunda-feira por seu suposto envolvimento em um incidente com arremesso
de pedras em novembro último, no qual um soldado do IDF foi ferido. Durante sua
detenção, Jaradat foi interrogado pelos serviço interno de inteligência de
Israel – Shin Bet – e morreria depois, no Sábado, na prisão Megiddo.
Seguindo uma autópsia no sábado,
oficiais palestinos disseram que Jaradat morreu após ser torturado. Israel
disse que o resultado da autópsia foi inconclusivo e que os ferimentos de
Jaradat, como costelas quebradas, talvez tenham ocorrido enquanto ele recebia
os primeiros-socorros.
Um protestante palestino corre por entre o gás lacrimogênio lançado por soldados israelenses durante os conflitos na cidade da Cisjordânia de Hebron. – 25 de fevereiro de 2013 (Reuters / Ammar Awad) |
O Presidente da Autoridade
Palestina (AP), Mahmoud Abbas culpou Israel pelo recente crescimento da violência,
acusando-os de deliberadamente matar crianças palestinas para “semear a raiva”
entre eles.
“Os israelenses querem o caos… Nós não
permitiremos que eles nos arrastem para dentro disso e que se metam com as
vidas de nossas crianças e nossa juventude”, Abbas disse aos repórteres em seu
escritório na cidade de Ramallah, nas Cisjordânia, nesta segunda-feira.
Abbas demandou um inquérito sobre
a morte de Jaradat e colocou em cheque a detenção israelense de cerca de 4.700
palestinos.
“Nós não deixaremos que nossos prisioneiros
fiquem atrás das grades pela vida toda por causa de acusações infundadas”, ele
disse.
A acusação de Abbas de que Israel
estaria fomentando o caos na Cisjordânia vem em resposta ao Primeiro Ministro
israelense, Benjamin Netanyahu, por sua “demanda inequívoca” de domingo,
dizendo que a liderança palestina tem que “acalmar o território”.
Abbas disse que ele não permitirá
uma terceira Intifada armada como a segunda (2000-2005), que clamou a vida de
3.000 palestinos e 1.000 israelenses.
Mas a continua greve de fome de quarto
palestinos, que inspirou uma onda de protestos violentos semana passada,
reviveu os medos de que um crescimento dramático de hostilidades pode estar por
vir.
No domingo, líderes palestinos alertaram que a morte de qualquer um dos quarto grevistas pode desencadear uma onda de tumultos que estaria além do seu poder de controle.
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