A Venezuela irá investigar
formalmente as suspeitas de que o falecido presidente, Hugo Chávez, foi
atingido por um câncer após ser envenenado por inimigos estrangeiros, disse o
governo.
O presidente interino, Nicolas
Maduro, prometeu montar um inquérito sobre a alegação, que foi primeiramente
apontada por Chávez, após ser diagnosticado com câncer em 2011. Cientistas
estrangeiros também serão convidados para se juntar à comissão governamental
para investigar a alegação.
“Nós buscaremos a verdade”, Reuters cita
Maduro ao falar com a rede de TV regional Telesur na noite de segunda-feira. “Nós
temos a intuição que o nosso comandante, Chavez, foi envenenado por forças
obscuras que o queriam fora do caminho.”
Maduro disse que ainda é muito
cedo para determinar exatamente a raiz do câncer que foi descoberto na região
pélvica de Chavez em junho de 2011, mas disparou que os Estados Unidos têm
laboratórios experientes em manufaturar doenças.
“Ele tinha um câncer que quebrava todas as
normas”, a agência cita Maduro dizendo. “Tudo parece indicar que eles afetaram
sua saúde usando das técnicas mais avançadas... Ele teve essa impressão desde o
início.”
Informa-se que Chavez passou por quatro
cirurgias em Cuba, antes de morrer de falência respiratória após o câncer criar
metástases em seus pulmões.
Maduro comparou a conspiração
acerca da morte de Chavez com as alegações de que agentes israelenses teriam
envenenado o líder palestino Yasser Arafat, que morreu em 2004.
Em dezembro de 2011, Chavez
especulou que os Estados Unidos poderiam estar infectando os líderes regionais
com câncer, após a presidente Cristina Fernandez de Kirchner ser diagnosticada
com câncer na tireoide.
“Não quero fazer nenhuma acusação imprudente”,
Chavez disse antes de perguntar:
“Não seria estranho se [os Estados Unidos]
tivessem desenvolvido uma tecnologia para induzir câncer e que ninguém soubesse
disso?” Maduro repetiu a acusação na semana passada, na véspera da morte de
Chavez.
“Por trás de todas [as tramas], estão os
inimigos da pátria”, disse ele na televisão estatal antes de anunciar a
expulsão de dois oficiais da Força Aérea America por espionagem militar e
conspirarem para desestabilizar o país.
A oposição na Venezuela criticou
as afirmações como mais uma teoria-da-conspiração-ao-estilo-Chavez, direcionada
para distrair as pessoas do real problema que assola o país nesta corrida para
a eleição presidencial marcada para 14 de abril.
Terça-feira é o último dia
oficial de luto por Chavez, [e] é provável que as cerimônias continuem, o que
alimenta as afirmações que a oposição faz de que o governo está explorando a
morte de Chavez para segurar o poder.
Enquanto lançava sua candidatura
na segunda-feira, Maduro começou seu discurso com uma gravação de Chavez
cantando o hino nacional, fazendo muitos seguidores caír em prantos.
O governador favorável ao
estado-mercantil, Henrique Capriles, que está concorrendo pela coalizão de
oposição União Democrática, foi rápido em lembrar tanto seus adeptos quanto
seus detratores que o o carismático reformador socialista Chavez, não era seu
oponente.
“[Maduro] não é Chavez e vocês todos sabem,” o ‘The Christian Science Monitor’ afirma que
ele disse enquanto anunciava sua candidatura no Domingo.
“O Presidente Chavez não está mais aqui”. Maduro,
um antigo motorista de ônibus e o sucessor de Chavez escolhido a dedo, tenta
desviar as críticas de que ele não tem o faro retórico do antigo presidente,
colocando-se como um herói da classe trabalhadora.
Eu sou um homem das ruas… Eu não
sou Chávez”, disse ele no domingo.
“Eu sou o presidente interino, comandante das forces
armadas e candidate presidencial porque foi isso que Chávez decidiu e eu estou
seguindo suas ordens”. Pesquisas feitas antes da morte de Chavez davam a Maduro
uma liderança de 10 pontos sobre Capriles, que perdeu para Chavez nas eleições
presidenciais de outubro último.
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