Por um motivo simples, sempre desconfiei da estatística da diferença
salarial. Se as mulheres de fato ganhassem menos que os homens para
realizar as mesmas tarefas, empresas que buscam o lucro só contratariam
mulheres. Diante de dois candidatos com o mesmo potencial, o patrão, é
claro, contrataria o mais barato. Mas o que ocorre é o contrário: os
homens ainda são maioria dos empregados do Brasil.
Portanto ou os donos de empresas são tolos, e colocam o machismo acima do lucro, ou a estatística é furada.
Um novo estudo da Fundação de Economia e Estatística, do governo do
Rio Grande do Sul, confirmou essa suspeita. Os economistas Guilherme
Stein e Vanessa Sulzbach analisaram 100 mil salários e concluíram que as
mulheres brasileiras ganham 20% menos que os homens – mas só 7% não
podem ser explicados pela diferença de produtividade.
A pesquisa enfureceu
feministas gaúchas, que escreveram artigos e textões no Facebook
acusando os autores de machismo e pediram a demissão dos diretores
da Fundação. Em resposta, dezenas de economistas assinaram um manifesto
defendendo os pesquisadores. “Ficamos surpresos com uma reação tão
forte a um estudo que já foi replicado tantas vezes”, me disse o
economista Guilherme Stein.
A conclusão do estudo converge com os dados da economista Claudia
Goldin, de Harvard, a grande especialista em diferença salarial. Para os
Estados Unidos, Goldin encontrou uma porcentagem um pouco menor (5%)
que não é explicada pela produtividade.
De acordo com os pesquisadores, principalmente dois fatores puxam o
salário das mulheres para cima, mas outros três o empurram para baixo (veja a tabela abaixo).
As mulheres têm em média mais anos de estudo e começam a trabalhar mais
tarde. No entanto, interrompem a carreira com mais frequência, têm uma
jornada um pouco menor que a dos homens e tendem a se concentrar em
ocupações que remuneram menos.
Dos 20% de diferença salarial, 13% são explicados por essas razões.
Ou seja: se homens e mulheres trabalhassem as mesmas horas e tivessem o
mesmo perfil, ainda assim as mulheres ganhariam 7% menos. Como explicar
essa diferença? Pode ser preconceito e discriminação por parte dos
patrões, ou algum outro fator ainda não revelado. O que se pode dizer é
que o machismo dos empregadores diminui o salário das mulheres em no
máximo 7%.
O texto acima é da Veja. Ao final, acrescenta: A pesquisa não contraria bandeiras feministas, pelo contrário. “Os dados
sugerem que a diferença salarial diminuiria se os homens dividissem os
afazeres domésticos com as mulheres”, diz Stein.
No entanto, é bem sabido que a produtividade da mulher é inferior à do homem. E, como se não bastasse, a carreira do homem, que é mais longa, tende a arrecadar mais capital. Outras pesquisas poderiam indicar aqui dados em indústrias, na área de produção, serviços em gerais como rede elétrica, etc. (onde as mulheres não rendem a força e a desenvoltura pragmática naturais ao homem), e comparar com dados de empregos em escritórios, onde as mulheres são supervalorizadas, não pela eficácia, mas pela companhia (aqui podemos salientar não apenas a carência de machismo, mas até mesmo um feminismo ou preconceito no senso comum empresarial de que no escritório deve haver uma mulher). De qualquer modo, eis uma pesquisa que deve abrir outras variadas refutações em cima de refutações, com fim de eliminar os argumentos feministas da esfera pública e privada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário