Obama: “O povo de Massachussetts agora tem uma dívida
gratidão com as forças de polícia locais e federais”.
Noite passada,
em Boston, seguindo a prisão do estudante e suspeito de 19 anos, Dzhokhar
Tsarnaev, multidões saíram às ruas de Watertown e de bairros próximos,
celebrando o que eles acreditavam ter sido o fim de uma difícil provação que
começou na segunda-feira.
No que parecia
mais como uma celebração de fim de jogo seguindo [a vitória] do Boston Celtics
na NBA, ou uma vitória do Red Sox no World Series – a mídia de massas relatou a
demonstração comunitária de orgulho nacional, onde os moradores podiam ser
vistos com rostos pintados, brandindo bandeiras estadounidenses e ouvidos
gritar “USA, USA”.
Como
a sexta-feira se tornou um imenso “momento patriótico” para o povo de Boston?
Isto foi algum tipo de vitória para os Estados Unidos?
O
presidente Obama também emergiu da “The Situation Room” [‘A Sala da Situação’, em tradução livre] de uma maneira tipicamente
hollywoodiana, para informar as pessoas da Nova Inglaterra que eles “agora têm uma dívida gratidão com as forças
de polícia locais e federais”.
Isto foi mesmo um sucesso?
O Voice of America chamou [a situação] de “Uma Semana de Terror” em
Boston.
Mas
além de reunir as massas na hora, muitos ainda estão por perguntar sobre as
9.000 [pessoas] das forças militares, “O que eles realmente fizeram até agora?”.
Parece
que o maior arrastão urbano da história dos EUA não conseguiu achar o suspeito,
que foi eventualmente encontrado por um vizinho em uma pausa para fumar.
O
que está obviamente claro pela reação do público e pelas incessantes aparições
grandiloquentes por um punhado de oficiais em múltiplas entrevistas coletivas,
é que o povo de Boston foi condicionado a acreditar que uma imensa demonstração
de força pela polícia e pelos militares era necessária para que eles “se
sentissem seguros”.
Para
oficiais federais e locais, este foi o seu próprio “momento Katrina”, e o circo
midiático viu inúmeros indivíduos e departamentos quase competindo por tempo de
transmissão, em uma tentativa de fazer a sua própria ponta da crise relevante
enquanto os holofotes da mídia nacional ainda estavam frescos. As palavras do
antigo chefe de funcionários da Casa Branca, Rahm Emmanuel, podem ser ouvidas
ecoando por Boston:
“Nunca deixe uma boa crise ir para o lixo”...
A cidade do
Boston foi efetivamente fechada sob um dito ao estilo militar que incluiu o
fechamento do sistema de transporte público MBTA da cidade, taxis tirados de
circulação, toque-de-recolher restrito, fechamento de bancos, fechamento de
negócios, e algo que não foi reportado,
mas que é pouco surpreendente, a ordem militar para que a polícia de
Boston scannease as comunicações durante
as primeiras horas da manhã de sexta-feira. Motoristas que estivessem entrando
ou saindo das avenidas da cidade podiam ver as placas que relatavam em letras
brilhantes, “Toque-de-Recolher em vigor em Boston”, que era uma ordem para se
manter dentro de casa.
Garoto preso ainda é apenas “um suspeito”
Aqui
outro ponto que parece ter escapado a todo mundo, do presidente para baixo – o garoto
de 19 anos sob custódia ainda é apenas “um suspeito”. Após a maior caçada
humana da história da Nova Inglaterra, com um número estimado de 9.000 entre
policiais locais e federais, centenas de trabalhadores de esquadrões anti-bomba
e franco-atiradores da SWAT, especialistas anti-terrorismo e um contingente
visível de veículos militares – espalhados por toda a Boston, conduzindo buscas
de casa-em-casa, patrulhando as vizinhanças da cidade – o jovem de 19 anos,
campeão de luta greco-romana da escola e estudante da University of Massachusetts Dartmouth e fugitivo, Dzhokhar
Tsarnaev, foi milagrosamente encontrado a apenas algumas quadras do lugar do
tiroteio da noite de 18 de abril. Ele, então, foi transferido para um hospital
local e informa-se que esteja em condições severas, dado a um ferimento de bala
sofrido 24 horas antes.
Foi
um espetáculo bizarro – até para os padrões estadounidenses, onde, sob um
mandato federal, a cidade de Boston ficou sobre um lockdown completo por aproximadamente dois dias, decretando o que
se tornou Lei Marcial, para prender um suspeito de 19 anos, quem, baseado nas
afirmações de todo fiel em todas as redes locais e principais (assim como da
Casa Branca), já havia sido marcado para ser o fugitivo mais perigoso da
história dos EUA. Mesmo após ser descoberto quase morto devido a uma hemorragia
debaixo de uma lona que cobria o barco de alguém num quintal de Sommerville, o
frenesi de informações continuava, junto com louvores e tributos para a bravura
dos “melhores 9.000 de Boston”.
Dizer que tudo
isso é um exagero, é, com certeza, subestimar [a situação], mas mais do que
qualquer coisa, isso confirma o que muitos já suspeitavam – que em face de
qualquer ameaça – real ou inventada, e após armar com a máquina corporativa de
notícias e o Novo Estado Policial Estadounidense, e de forma macabra, que se
tornou bastante singular no imaginário popular estadounidense do pós- 11 de
setembro – eles [o povo] irá clamar pela Lei Marcial em suas comunidades.
Naturalmente, e com este exemplo oferecido como prova clara, as autoridades,
tecnocratas e os arquitetos do novo Estado Policial Estadounidense, agora sabem
que este é o caso.
Por
tudo isso, parece que o Comandante em Chefe sente que os EUA agora têm uma “dívida
de gratidão” para com este mais abrangente Estado Policial.
Quem se beneficia?
Quem
se beneficia dos eventos dessa semana? O povo de Boston ou os estadounidenses
se beneficiam dos eventos dos últimos dias? Enquanto a poeira abaixa, há alguns
poucos beneficiários claros deste lamentável incidente.
O
governador de Massachussetts, Deval Patrick, tirou vantagem de seu próprio “Momento
Chris Christie” (da fama [trazida] pelo Furacão Sandy em Nova Jersey), sem
dúvidas com o olhar apontado para uma futura corrida presidencial. O Chefe de Polícia
de Boston, Ed Davis, também conseguiu estar defronte à mídia nacional, mas com
muito pouco a dizer... que valesse a pena ser dito.
Após
esse evento, a TSA [Administração de Segurança dos Transportes] e o DHS
[Departamento de Segurança Nacional] vão, quase que certamente, conseguir nova
jurisdição sobre todos os grandes eventos esportivos profissionais e
universitário, assim como qualquer grande reunião pública, festivais e shows.
Sob a luz do recente debate sobre o sequestro de orçamento em Washington DC,
pode-se também esperar que os seus orçamentos operacionais irão se expandir, o
que significa que muitos bilhões a mais serão premiados em contratos federais
desses departamentos. E indústria de vigilância também se beneficiará.
Em
um bloco que foi ao ar esta manhã no MSNBC’s Rock Center, um expert em
assuntos estrangeiros” da rede, Richard Engel, afirmou que os eventos das
últimas 48 horas, de algum modo, tinham sérias “implicações na segurança
nacional”. Agora os estadounidenses podem esperar novos poderes, passados pela
lei ou por ordem executivo, que vão dar ao estado um aumento de poder para
espionar suas vidas privadas a apreender suas propriedades ou ativos, sob a
sempre-expansiva bandeira da segurança nacional.
Vivendo na bolha
estadounidense
Levando
em conta as implicações de segurança nacional, os estadounidenses e seus experts da mídia podem considerar que
apenas durante essa semana: bombas terroristas mataram centenas de civis
inocentes, incluindo: 75 no Iraque, 18 no Paquistão, 35 na Somália – com centenas
de outros mortos, feridos e mutilados nesses países, assim como outros na
Síria, Bangladesh, Mali e Tailândia. Com o passar de um ano, essas figuras
podem ser multiplicadas por duzentos.
Também deve
ser apontado aos experts e ao povo de
Boston, que muitos dos terroristas em atividade nesses países estrangeiros não
estão sendo apenas fomentados, mas financiados e, ao menos no caso da Síria –
ativamente ajudados com os dolars do contribuinte, e cinicamente usados para
influência política da Administração local, estadual e da Casa Branca nos
Estados Unidos – para assegurar o fundo [anti-]terror nos EUA, que se tornou a
maior “história-para-boi-dormir” na história doméstica dos EUA.
Suspeitos já cansados na mídia
Para
além de todo esse frenesi e achismo que continuou pelo super-ciclone dos EUA
essa semana, parece que os maiores interessados ainda precisam pedir qualquer
evidência que prove que esses dois irmãos sejam os verdadeiros terroristas.
Nenhum dos dois suspeitos se encaixam em nada que pareça o perfil de um
terrorista, nem é verossímil que eles tivessem os meios de executar a operação
que tomou lugar na última segunda-feira.
Para aqueles
cientes deste fato, há muita evidência aqui e aqui que sugere que eles talvez
não sejam os culpados pelas bombas da Maratona de Boston da segunda-feira.
Mais
interessante, o expert da MSNBC,
Engel, deixou escapar na transmissão que o suspeito número dois, Dzhokhar, que
agora está internado em um hospital, “estava provavelmente sendo interrogado”.
Esta foi uma estranha frase para descrever um suposto terrorista fugitivo.
Perguntas não
esclarecidas
Há
muitas perguntas deixadas sem resposta pelos investigadores federais e pela mídia,
que parecem estar bem felizes em deixar a história como está agora...
Primeiramente,
por que um cidadão saudita foi permitido pelas autoridades federais de deixar
[a cidade] mais cedo e voar para a Arábia Saudita.
Por
que os dois irmãos foram subitamente taxados como os principais suspeitos na
quinta-feira, substituindo os outros dois nomes perseguidos pela polícia de
Boston, e que foi imediatamente seguido por um tiroteio... uma mera coincidência,
ou há algo que foge da primeira análise?
Além
desses quarto nomes, uma lista de nomes completamente diferente apareceu cedo
na terça-feira e também desapareceu no dia seguinte.
Por
que os “contratados” como segurança foram vistos de pé ao lado das bombas na
linha de chegada, e vistos deixando rapidamente o lugar antes das bombas
detonarem?
Também, por
que o FBI falsificou o video de vigilância dos irmãos Tsarnaev que eles
mostraram dois dias atrás?
O
irmão mais velho, Tamerlan, tinha um treinador do FBI antes desse evento? A
resposta parece ser sim. A mãe do suspeito morto afirmou que seu filho já
estava sendo vigiado pelo FBI por cinco anos.
Durante
uma entrevista exclusive ao RT ontem, a mãe dos garotos Tsarnaev explicou, “Ele
[estava sendo] controlado pelo FBI por três, cinco anos”.
Ela
disse também, “Eles sabiam o que meu filho estava fazendo, eles sabiam suas ações
e quais sites de internet ele visitava. Eles vinham e falavam comigo, me
dizendo que ele era realmente um líder sério e que estavam com medo dele”.
Obviamente,
o povo de Boston e dos EUA ainda não fizeram as perguntas certas até agora.
Via Global Research
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