Líbia começou a importar óleo diesel para compensar o aumento no corte de energia, enquanto as filas engrossam frente aos postos de combustível e a vida diária se faz cada vez mais difícil em meio de uma crise sem precedentes.
A maioria das jazidas de gás em sua região oriental, que fornecem os suprimentos para usinas de energia, foram fechadas na pior interrupção do setor energético líbio desde a intervenção militar estrangeira em 2011 na qual participaram os Emirados Árabes, Qatar, Jordânia e a OTAN para derrotar e assassinar Muammar al-Gaddafi.
Grupos armados, guardas privados e trabalhadores petroleiros com lealdades tribais fecharam oleodutos e portos petroleiros em todo o país.
O setor energético está padecendo de um déficit de aproximados 1000 mega-watts devido ao forte consumo no verão, informou um funcionário do setor de eletricidade.
A capital Trípoli sofre cortes de energia regulares que se agravaram nos últimos dias e funcionários afirmam que a Líbia poderá esperar por mais racionamento se a crise se prolongar.
Um importante executivo da Companhia de Petróleo disse que a Líbia importou "pelo menos três vezes a quantidade de combustível líquido" a mais que o normal para manter as usinas operando.
"Todo o gás da região oriental foi detido", disse o executivo, que pediu anonimato.
Ahmad Mustapha Hussein, importante funcionário da Companhia de Eletricidade, disse que as turbinas de gás de ciclo combinado das usinas poderiam demorar semanas para retornar ao gás natural se a crise persistir.
"Houveram muitos problemas como consequência dos ataques e isso está afetando as unidades de produção", disse Hussein, acrescentando que o custo da importação do óleo diesel estava somando pressões fiscais devido à perda das receitas do petróleo.
Autoridades dizem que a capacidade de geração instalada é de aproximadamente 5.600 mega-watts e a demanda atual supera os 6.660 MW, principalmente no consumo residencial.
O executivo aforma que a jazida de gás Wafa que produz aproximadamente 13 milhões de metros cúbicos por dia em um empreendimento conjunto com Eni estava proporcionando algum alívio para as usinas de energia líbias que operam a gás.
Fornecimento de Gasolina
As vendas do petróleo bruto da Líbia baixaram para menos de 10 por cento da capacidade exportadora de menos de 100 mil barris por dia, segundo a estimativa da Reuters, enquanto o país poupa a produção restante para consumo interno.
A baixa da produção interna também gera filas insuportáveis frente aos postos de combustível na capital, onde vive um quarto da população de seis milhões de habitantes, e por meses sofreu uma forte carência de gasolina "presumivelmente" derivada de um aumento das importações de automóveis. (NdB: não que acreditemos que numa crise energética e em uma situação de conflito bélico os indivíduos se sintam motivados a adquirir e capazes de bancar veículos importados...)
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