Nos últimos anos pudemos observar um
agravamento no conflito Sunita-Shiita no Oriente Médio, que tomou forma
de guerra fratricida na Síria, em ataques terroristas no Iraque e no
Líbano, e protestos, agitação pública e confrontos violentos envolvendo
represálias contra ativistas no Bahrain e na Arábia Saudita. O que está
por trás da próxima onda de violência na região e quem está provocando
uma guerra entre os islâmicos? Uma breve excursão na história de
relações entre as duas principais denominações do Islã mostra que hoje
não existem razões óbvias ou precondições objetivas para a guerra entre
eles.
As
diferenças entre os Sunitas e os Shiitas tê suas raizes no passado
distante. Depois da morte do Profeta Muhammad em 632 surgiu uma disputa
entre seus seguidores sobre quem deveria herdar sua autoridade política e
espiritual sobre as tribos árabes. A maioria apoiou o candidato da
companhia do Profeta e pai de sua esposa - Abu Bakr, que
subsequentemente formou a dominação dos Sunitas, que hoje são em torno
de 85% dos islâmicos. Entretanto, outros apoiaram o candidato do primo e
genro do Profeta - Ali, declarando que o Profeta apontou ele como
sucessor. Este grupo depois se tornou conhecido como Shiita que, em
arábico, literalmente significa "seguidores de Ali". Os Sunitas venceram
a disputa, e permaneceram no poder no califado árabe (islâmico) por
centenas de anos, enquanto que os Shiitas permaneceram às sombras. Na
história posterior de relações entre Sunitas e Shiitas não houveram
sérios conflitos.
Hoje
os Shiitas, divididos em pequenos movimentos (Ahmadiyya, Alawitas,
Islaelitas, etc.) são em torno de 15% do número total de islâmicos. Os
seguidores deste ramo do Islã são grande maioria na população iraniana,
dois terços do Bahrain, mais da metade no Iraque, uma porcentagem
significativa no Líbano, Azerbaijão e no Yemen.
Além do Alcorão, os Sunitas vivem de acordo com a "Sunnah" - um conjunto de regras e
práticas baseadas em exemplos de vida do Profeta Muhammad. Apesar
disso, os Sunitas geralmente compreendem seus textos sagrados
literalmente, não deixando espaço para alegorias. Em alguns ramos do
islã Sunita isso chega ao extremo. Por exemplo, durante o reinado Talibã
no Afeganistão muita atenção foi prestada para o tamanho da barba dos
homens, cada detalhe de vida foi estritamente regulamentado de acordo
com a Sunnah.
Por
causa das contradições mencionadas os Sunitas costumam acusar os
Shiitas de heresia, e o último por sua vez expõe o excessivo dogmatismo
da doutrina Sunita, que dá origem a vários movimentos extremistas como o
Wahabismo.
A
mídia ocidental está tentando convencer-nos de que o esparramamento de
sangue no Oriente Médio é resultado do conflito Sunita-Shiita baseado em
suas diferenças religiosas. Esta versão remove a responsabilidade do
Ocidente na interferência de relações internacionais de países na
região, bem como a aplicação de padrões duplos e alianças dúbias com os
regimes mais reacionários e grupos radicais, incluindo os extremistas. O
conflito (fomentado pelo estrangeiro) entre os Sunitas e Shiitas ameaça
engolir a região no caos e violência por muitos anos. O conflito
Sunita-Shiita está sendo manipulado por jogadores externos, que de tal
forma realizam seus próprios interesses nacionais e corporativos
(controle de recursos, militarização da região, enriquecimento dos
"senhores da guerra" etc.).
Não
apenas os Sunitas se opõe aos Shiitas, mas as elites políticas
conectadas com o Ocidente por dúzias de vínculos econômicos, políticos,
militares, financeiros e outros. Ademais, mitos sobre o "fanatismo
Shiita" foram fabricados por motivos de propaganda, bem como os mitos
sobre "ditaduras sangrentas dos aiatolás", "povo anti-Bashar al Assad",
uma base ideológica inteiramente nova foi criada para esta "caça às
bruxas". Os objetivos de longo prazo do conflito Sunita-Shiita são muito
transparentes: a destruição ou enfraquecimento dos aliados do Irã na
região, como o governo do Assad na Síria, bem como o "Hezbollah" no
Líbano; o aumento da pressão sobre o governo da maioria Shiita no
Iraque; e o isolamento do Irã no Golfo Pérsico e em toda a região.
O
fundador da República Islâmica do Irã, Imam Khomeini precisamente
estabeleceu: "O conflito entre os Sunitas e Shiitas é uma conspiração do
Ocidente. O desacordo entre nós é financiado somente pelos inimigos do
Islã. Aquele que não compreender isto - não é um Sunita nem um Shiita."
Dever-se-ia
notar que o "front Sunita" contra os Shiitas é encabeçado pela Arábia
Saudita e pelo Qatar (aliados regionais dos EUA). O Bahrain, Kuwait,
Emirados Árabes Unidos estão também envolvidos nisto, mas em um nível
menos. Quais são as razões para a boa vontade de Riyadh e seus aliados
no Golfo para seguir a política tradicional "dividir e governar"?
Primeiramente,
Riyadh e seus aliados não estão satisfeitos com o aumento do prestígio e
influência do Irã na região e no mundo islâmico (o regime Shiita no
Iraque, Alawi na Síria, o papel e importância dos Shiitas no Líbano) em
geral.
Segundo,
as monarquias do Golfo se amedrontaram com os eventos da "Primavera
Árabe" que chocou o mundo árabe no seu núcleo e causou uma onda de
protestos nos países do Golfo. A maioria dos protestos de maior escala
aconteceram na Província Oriental da Arábia Saudita, que é densamente
povoada por Shiitas. Apoiados pelos poderosos Sunitas, os governantes do
Golfo não quiseram compartilhar poder e renda com a população Shiita e
se utilizaram de métodos violentos para oprimir as demonstrações.
Os
monarcas destes países acreditam que o confronto abertamente armado
entre os Sunitas e Shiitas não apenas ajuda a se manter no poder, mas
também os ajuda a assumir a absoluta liderança do mundo islâmico. Além
disso, os monarcas não dispensam gastos na guerra e não hesitam em
recrutar soldados mundo a fora e cooperar com grupos terroristas como
Al-Qaeda, Jahbhat al Nusra, etc.
O contínuo conflito Sunita-Shiita não pode ser interrompido por quaisquer encontros internacionais
ou conferências que servem como véu para cobrir crimes internacionais
na Síria. Milhões de vidas de civis poderiam ser salvos se o Conselho de
Segurança da ONU adotasse uma resolução para banir qualquer intervenção
estrangeira nestes conflitos, e se os países que apoiam terrorismo
forem submetidos a sanções como as que estão sendo aplicadas contra o Irã.
Informense mejor, y ya se lo hemos demostrado, aunque no hay peor ciego que el que no quiere ver. La dinastía saudita y las distintas monarquías del golfo no apoyan ni financian a Al Qaeda, sino que por el contrario tienen presos a sus principales líderes. Suponer que los apoyan porque son sunitas ambos es como creer que Bergoglio apoya a los tradicionalistas católicos porque ambos son cristianos. El caso más tangible es lo sucedido en Egipto. ¿Cómo se explica que haya sido la dinastía Saudí la que apoyó el golpe de Estado contra los Hermanos Musulmanes que son de religión suní como ellos? Y más todavía que también Assad lo haya apoyado. Estas cosas son demasiado violentas para los esquemas que se cultivan.
ResponderExcluirBom texto, recomendo ainda a leitura deste texto que informa ser a família real saudita constituida por judeus, o que explicaria a aliança destes com a judeia: http://fab29-palavralivre.blogspot.com.br/2014/01/real-familia-saudita-judaica.html Quanto ao pensamento exposto pelo Centro Evoliano da América, creio que é fato inegável que neste momento a Arabia Saudita está sim a apoiar a Al Qaeda na Síria e no Iraque, pode ser que em um passado recente por conta de animosidade com uma determinada liderança tenham ocorridos conflitos, mas neste momento tal liderança já foi eliminada e a aliança é novamente possível. E quanto a divisão entre Shiias e Sunis, eu a entendo muito mais como sendo esta uma divisão racial, uma divisão que perfaz quase que com perfeição as fronteiras dos territórios antes ocupados pelos arianos. Shiias via de regra são povos descendentes de arianos e sunis são de raiz semita. A religião shiia é mais flexível e com mais resquícios de politeísmo exatamente porque conta disto, os Deuses persas (arianos) ao serem perseguidos procuram se esconder em uma forma que permita a sua mínima manifestação, tal como ocorreu com o avanço cristão sobre os paganismo europeus, que resultou no nascimento do catolicismo. A guerra na Síria é assim claramente uma guerra racial, é apenas mais uma guerra dos judeus contra a raça ariana.
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