sábado, 27 de julho de 2013

Bielorrússia: 1 por cento de desemprego graças ao controle estatal da economia

No contexto de uma crise econômica sem precedentes na Europa, com altos índices de desemprego, demissões em massa tanto no setor privado quanto público e a alarmante deterioração das condições da classe trabalhadora, surpreende encontrar um país com uma taxa de desemprego de apenas 1 por cento.



Se trata da República da Bielorrússia, formada por quase 10 milhões de habitantes e presidida atualmente por Alexander Lukashenko. Este país fez parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) até 1991.

Após a desintegração da União Soviética, Bielorrússia se declarou independente e manteve em maior parte o controle estatal da economia. Por exemplo, os bancos estrangeiros estão praticamente excluídos do país, os bens e serviços básicos são subsidiados pelo Estado, os preços de venda ao varejo estão regulados e o governo segue apostando nas empresas estatais. De fato, 51,2 por cento dos bielorrussos trabalham em estatais, 47,4 por cento são empregados de empresas privadas nacionais e 1,4 trabalham para empresas de capital estrangeiro estabelecidas no país.

O semanal britânico The Economist, fazendo referência a um relatório sobre Liberdade Econômica da Heritage Foundation diz em um de seus artigos que "Lukashenko segue um política de intervenção do Estado onipresente na economia" e que "o governo nega os direitos de propriedade privada sobre os bens comuns, conservando os recursos naturais, águas, florestas e terras sob controle público".

O Washington Post, por sua vez, informa que "a economia da Bielorrússia segue sendo controlada pelo Estado e os alimentos da nação são cultivados em granjas coletivas".

Ao que parece, este conjunto de políticas de redistribuição de renda seriam as responsáveis dos exitosos níveis de igualdade na sociedade bielorrussa.

Segundo informações do diário ucraniano Rabochaya Gazeta, o percentual da população bielorrussa que possui renda inferior à linha da pobreza diminuiu sete vezes no período de 2001 a 2008, passando de 41,9 para 6,1 por cento. Os rendimentos reais da população nesse período se multiplicaram por 3. A correlação entre os 10 por cento mais abastados e os 10 por cento mais desfavorecidos em 2009 foi de apenas 5,9 pontos. Também é um indicador ligeiramente inferior ao registrado em outros ex-membros da URSS.

Antorius Broek, representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) declarou durante o Informativo sobre o Desenvolvimento Humano de 2011 que "na Bielorrússia há pouca pobreza". Broek declarou segundo o segundo o índice internacional de pobreza, Bielorrússia possui índice quase zero.

Estes dados contrastam com os altos índices de pobreza e desigualdade social que apresentam outras ex-repúblicas soviéticas como Polônia, Ucrânia, Hungria, Romênia ou Letônia, que realizaram uma "transição" para o capitalismo.

Um "mal exemplo" a seguir

Estes dados sócio-econômicos são censuradas nos meios de comunicação de massa, que são controlados pelas grandes corporações e evidentemente atendem aos interesses capitalistas.

Estados Unidos e Europa vêem a República da Bielorrússia como um mau exemplo para os seus vizinhos. É a batalha ideológica que ainda prevalece entre o capitalismo e o socialismo. Não é por acaso que a imprensa capitalista, muitas vezes taxa como "ditador" ou "autoritário" o presidente Lukashenko. Na verdade, o Departamento de Estado dos EUA, foi mais longe e em 2011 financiou cinco partidos políticos e 566 ativistas da oposição bielorrussa e apoiou a formação de mais de 70 organizações da sociedade civil, 71 jornalistas antigovernamentais e 21 meios de comunicações opositores.

Mas, além de manipulação da mídia e ao assédio de Washington é importante esclarecer que a Bielorrússia é uma democracia multipartidária com sufrágio universal. Desde 2007, 98 dos 110 membros da Câmara dos Representantes dos Belarus não são filiados a nenhum partido político e os outros doze membros, oito pertencem ao Partido Comunista da Bielorrússia, três ao Partido Agrário da Bielorrússia, e um ao Partido Liberal Democrático da Bielorrússia. A maioria dos não-partidários representam uma ampla gama de organizações sociais, como trabalhadores, associações públicas e organizações da sociedade civil.

Via LibreRed

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