IIRSA (Iniciativa para a Integração da Infra-estrutura Regional Sul-Americana) é um conjunto de mais de 500 projetos organizados em dez Eixos de Integração e Desenvolvimento (EID).
Com um custo aproximado de 75 bilhões de dólares, busca eliminar as "barreiras" naturais que impedem a livre circulação de mercadorias entre as diferentes "ilhas" que compõem a região.
Os EID, ademais, se estruturam em sete "processos setoriais" que buscam organizar o espaço geográfico em base ao desenvolvimento de uma infra-estrutura física de transporte terrestre, aéreo e fluvial - projetos que representam 87% do IIRSA - e de oleodutos, gasodutos, portos marítimos e fluviais, linhas de energia e fibra ótica, usinas hidroelétricas, mineração, soja e transgênicos (Monsanto mediador) entre outros.
Segundo dados fornecidos em dezembro de 2010, 75% dos projetos apresentam avanços concretos, com 22% concluídos, 39% em execução e 25% em preparação.
Na realidade e sob esse roupagem de desenvolvimento blabla, se escondem os grandes grupos de poder econômico representados por: Paul Wolfowitz, presidente do Banco Mundial; Donald Rumsfeld, ex-secretário de Defesa dos Estados Unidos; David Rockefeller, ex-responsável pelo Chase Manhattan Bank; Henry Kissinger, ex-Secretário de Estado dos EUA; Alan Greenspan, governador do Banco da Reserva Federal dos EUA; Rodrigo Rato, diretor gerente do FMI; Jacques Chirac, ex-presidente da França; o multimilionário húngaro George Soros; a Rainha Sofia da Espanha e os Rothschild, uma dinastia européia de origem judaico-alemã alguns de cujos integrantes fundaram bancos e instituições financeiras no final do século XVIII, e acabou convertendo-se, no final do século XIX, em uma das mais influentes linhagens de banqueiros e financistas da Europa; e Bill Gates, os quais são os gestores desse plano sistemático mundial (a famosa Nova Ordem Mundial) de extrativismo, apropriação de bens comuns como água e territórios, para seguir a saga acumulativa, especuladora e elitista que só busca o bem-estar dessa minoria (1%) do mundo "civilizado", em detrimento dos pobres do mundo.
Para o ano de 2008 o IIRSA contava com 51 projetos concluídos, 196 em fase de execução e 107 em fase de preparação e estudos. IIRSA (2008) A construção de infra-estrutura é realizada através do método de mega-projetos que implicaria um custo de 37 bilhões dólares aumentando em 6% a dívida externa da América do Sul. Bartesaghi, et Ali (14:2006).
A ideia da iniciativa é reduzir os custos de produção da EXTRAÇÃO dos recursos naturais do continente. A infra-estrutura (fibra óptica, telecomunicações, etc) é distribuída pelas áreas ricas em recursos estratégicos e é encaminhada através de transportes multimodal até os portos que permitem o comércio extra-regional.
Se privilegia os acesso ao petróleo, os minerais, a água, à produção agrícola e à biodiversidade (o tráfico para os EUA, Canadá, especialmente no contexto americano, e a países de maior consumo mundial como Índia, China, França, Itália, Alemanha e Japão, e em menor medida, o mercado internacional).
É instrutivo a este respeito o anúncio criado pela empresa Syngnta intitulado "República Unida da Soja", no qual mostra um mapa com a região do Cone Sul de soja verde pintado com território autônomo inclusive com uma bandeira que representa uma semente no fundo verde.
O valor da natureza é dirigida diretamente para o mercado e não para serviços ambientais ou sua importância cultural. Projetos anteriores envolveram uma mobilização significativa dos povos indígenas, camponeses a mercê do aumento da concentração de terras e o deslocamento da produção ineficiente.
A biodiversidade é um produto para se apropriar ou como um destino para populações de altos recursos ou por patentes e biopirataria sobre os corpos e os conhecimentos utilizados pelos povos nativos.
O impacto econômico nas grandes cidades será o grande diferencial, por um lado, a burguesia local vai experimentar um aumento dos lucros, graças às suas ligações com o capital internacional. A classe trabalhadora e média se verá beneficiada em primeiro momento pela construção de infra-estrutura por mais mão de obra, mas a medida que começar operar será gerada uma queda na demanda de trabalho, aumentando a eficiência da produção.
Por sua vez, os setores "ineficientes", que exigem grande número de trabalhadores, perderão para a concorrência de novas empresas aumentando a desigualdade e o desemprego. A isso soma-se o aumento das populações urbanas criadas pelo êxodo rural e a inclusão forçada no mercado grandes quantidades de população.
Os impactos podem se dividir segundo as diferentes etapas de implementação do projeto, aumentando o grau dos impactos do mesmo até o fim de sua vida com o esgotamento de recursos e o abandono da região.
Via Unidos X Peron
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