As autoridades equatorianas se indignaram após saberem que o embaixador dos EUA em Quito interveio em um ato político interino. Vários analistas opinaram que essa atitude indica que "Washington trata de recuperar um terreno que já perdeu".
"Se continuar preocupado, o mandaremos a Washington para que se preocupe lá", anunciou o presidente equatoriano Rafael Correa, dirigindo sua mensagem ao embaixador estadunidense, Adam Naam.
Correa qualificou de grosseira a participação do diplomata estadunidense no Dia Mundial de Liberdade de Imprensa, organizado por alguns jornalistas opositores do governo. O diplomata comentou que estava preocupado com a liberdade de expressão no país. Correa respondeu que o enviado deveria fazer o seu trabalho, ao invés de participar de ações políticas antigovernamentais.
O analista internacional Luis Bilbao opina que as declarações do embaixador mostram o desespero dos EUA para recuperar a influência na América Latina que perdeu.
"Os grandes meios de comunicação controlados pelo grande capital e pelos EUA não têm a capacidade, a influência sobre a população que, em troca, se volta aos meios alternativos ou meios de menor envergadura em termos econômicos mas de um amplo alcance. Definitivamente está mudando o curso da situação da América Latina, e Estados Unidos está perdendo terreno", disse o analista ao RT.
O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, por sua vez, se reuniu com o diplomata norte-americano para expressar o incômodo por sua conduta. "O senhor Naam tem todo o direito de fazer as reuniões que considere como embaixador, ter informação de nosso país, informação política, econômica, social, de cooperação, de todo tipo, tem todo o direito, mas não tem o direito de intervir em atividades políticas como a atividade que interveio", afirmou Patiño durante o encontro.
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