sexta-feira, 12 de abril de 2013

Uruguai e Brasil trabalham para eliminar suas fronteiras a partir de 2014

Enquanto o conflito diplomático entre Argentina e Uruguai pelo último deslize do presidente José Mujica sobre Cristina Kirchner parece se silenciar após o pedido de desculpas de Montevidéu, o pequeno país vizinho avança em passo firme alcançar com o Brasil a eliminação de fronteiras comuns para a livre circulação de bens e pessoas.



Nas últimas horas, Mujica pôs em palavras um acordo firmado com Dilma Rousseff para alcançar esse objetivo.

"Muitos anos atrás o país votou e fizemos o Mercosul, que teve seus altos e baixos, mas nós trabalhamos deliberadamente com o Brasil para que em 2014 não exista mais fronteiras para mercadorias e pessoas", afirmou Mujica em uma conferência aos sindicalistas uruguaios na última quarta-feira.

"É uma política concreta e deliberada, devido a circunstâncias políticas que atravessa o Brasil; não são os documentos que assinaram muito tempo atrás em Assunção", afirmou o presidente ao diferenciar o atual acordo do Tratado de Assunção de 1991, primeiro passo para a criação do Mercosul.

Mujica disse que a iniciativa vai mais além do bloco regional, e que hoje é possível pois há "um vento favorável" ao acordo político que existe com o governo de Rousseff. O presidente confessou que falou com o ex-presidente brasileiro, Lula, dias atrás, quando visitou Montevidéu.

Uma amostra deste tentativa de acordo entre os dois países parece ser a criação de uma Comissão Bilateral de Comércio em 11 de março, sob o acompanhamento da Associação Latino-americana de Integração (Aladi). O corpo vai manter pelo menos uma reunião por semestre a nível de vice-ministros e foi apresentado como objetivos "solucionar dificuldades legais, normativas e operacionais pontuais sobre o acesso a mercados, o estabelecimento de procedimentos de consulta em matéria de origem, defesa comercial, medidas sanitárias e do estabelecimento de um rápido processo de desalfandegamento", conforme publicado pelo site da Presidência uruguaia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário