sábado, 23 de fevereiro de 2013

Coreia do Norte justifica seu programa para "não se tornar outra Líbia"

Coreia do Norte advertiu quinta que seguirá reforçando seu poder de dissuasão nuclear, apesar das sanções internacionais e ameças do Conselho de Segurança da ONU, para evitar "consequências trágicas" de países que, como a Líbia, abandonaram suas pretensões atômicas por causa de "pressões externas".



A agência estatal norte-coreana KCNA explicou que o destino desses países que nos últimos anos deixaram  no meio do caminho seus programas nucleares "cedendo às práticas déspotas e à pressão dos Estados Unidos, demonstram claramente que a Coreia do Norte foi muito pró-ativa e justa quando realizou seu recente teste atômico".

Após esse anúncio, especialistas sul-coreanos disseram à EFE que o regime de Kim Jong-un faz alusão indireta ao caso da Líbia, onde foi derrotado Muammar Gadaffi oito anos após abandonar seu programa de armas nucleares, como parte de uma mortal intervenção militar estrangeira.

A KCNA também alega que a "incessante chantagem nuclear e as sanções" de Washington - país que constantemente ameaça empreender ataque atômico preventivo - tratam de "violar o direito de Coreia do Norte à auto-determinação".

Nesse sentido, o governo de Pyongyang advertiu novamente os Estados Unidos que "opta pela decisão estratégica de responder a armas nucleares com mais armas nucleares."

Assim, Coreia do Norte reafirma, uma vez mais, sua intenção de seguir desenvolvendo seu programa nuclear, o qual considera uma medida de auto-defesa ao garantir seu poder de dissuasão contra o que considera "políticas hostis" dos EUA, apoiadas por seu aliado Coreia do Sul.

No dia 12 de fevereiro, a nação asiática realizou com êxito seu terceiro teste nuclear, detonando um dispositivo atômico compacto de grande poder destrutivo, cuja potência era entre sete e oito quilotons, provocando um abalo sísmico de magnitude de 5,1 graus segundo o governo de Seul.

Esse novo exercício nuclear recebeu uma ampla condenação internacional, incluindo dentro do conselho de segurança, instância que endureceu as sanções contra o país asiático.

Por sua vez, Pyongyang celebrou sua ação e justificou que foi uma "resposta à condenação da ONU, após o lançamento de um foguete de longo alcance dezembro passado".

Coreia do Norte disse à China, seu único grande aliado, planeja realizar mais testes nucleares. Igualmente, intensificou sua retórica contra a Coreia do Sul nas últimas semanas e ameaçou destruir seu "vizinho rico e democrático".

Via telesur

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